Por que Marcos Pereira, número 2 de Edir Macedo, é a bola da vez na eleição municipal de 2024

O Republicanos, partido do deputado, está há 10 anos entre os 3 que mais crescem no país

Atualizado em 8 de abril de 2023 às 13:32
Criador e criatura em encenação em Jerusalém
Criatura e criador em encenação em Jerusalém

Pastor licenciado da Igreja Universal e dublê de político-advogado-empresário, Marcos Pereira é o cara da vez na corrida eleitoral de 2024. Ela vai definir prefeitos e vereadores nos 5.570 municípios brasileiros. Há 10 anos o Republicanos, partido presidido por ele, conquista o top-3 entre os que mais crescem.

A sigla ostenta em seus quadros nomes como o vereador (RJ) Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, e os senadores Hamilton Mourão (RS) e Damares Alves (DF).

Em 2022 conquistou a 6ª maior bancada da Câmara, com 41 deputados. O partido elegeu 75 deputados estaduais e 2 governadores: Tarcísio de Freitas e Wanderlei Barbosa-TO.

Em São Paulo, principal colégio eleitoral do país, com 33,1 milhões de eleitores, dois fatores sustentam as expectativas otimistas: o primeiro é o peso da máquina pública no processo eleitoral, com a sigla no comando do Executivo, e o segundo o esfacelamento do PSDB, berço do conservadorismo no Estado, que está resultando em migração em massa de correligionários.

Abandonado pela mãe, cresceu com a avó adotiva, envolveu-se com drogas e deu a volta por cima

Se as circunstâncias ajudam, é preciso dizer também que o Republicanos vive um período de curva ascendente muito em função de seu dirigente máximo: Marcos Pereira é visto como um líder partidário pragmático e eficiente.

Com apoio do próprio Lula, foi eleito vice-presidente da Câmara na atual Legislatura. Está em articulação para aderir à base de sustentação do governo, negociando espaços no 1o escalão.

O DCM apurou que de fato em SP boa parte de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e lideranças estão acenando ao Republicanos, de olho na aproximação com o Palácio dos Bandeirantes.

O partido explora um espaço que há anos pauta a agenda política e da sociedade: o campo dos conflitos sociais, em áreas como as formas de defesa da família, concepções sobre a vida e liberdade religiosa. No espectro ideológico, acaba se beneficiando com a polarização entre Lula e Bolsonaro.

Marcos Pereira é um clássico dos líderes que ascenderam na base popular

Se nas décadas de 70 e 80 eram os sindicatos que moviam as massas, e o Brasil assistia o furacão Lula, agora a incumbência dessa tarefa pertence ao universo evangélico no qual o número 2 de Edir Macedo é visto como filho pródigo.

Nascido em Linhares, interior do Espírito Santo, Marcos Pereira foi abandonado pela mãe na linha do trem – ela havia voltado para o estado de origem após engravidar do patrão em São Paulo.

A mãe adotiva separou do marido quando tinha 5 anos e ele acabou sendo criado pela avó-adotiva.

Passou pelas drogas, levantou e foi para o Rio de Janeiro comandar o departamento comercial da TV Record.

Progrediu, caiu nas graças de Edir Macedo até virar vice da Câmara e chefe de um dos principais partidos políticos do país.

Não restringe sua atuação entre neopentecostais de periferia. Desde que assumiu o cargo de Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços no governo de Michel Temer, vem se aproximando de altas esferas nos setores sociais e econômicos.

Reeleito deputado federal com mais de 231 mil votos, agora mira os 29 milhões de sufrágios que o seu partido recebeu no ano passado, número idêntico ao de torcedores do Corinthians, conforme dados oficiais, e apenas inferior aos do Flamengo.

Marcos Pereira começa a se posicionar para ocupar o espaço político partidário na direita atualmente dividido entre Gilberto Kassab, PSD, e Valdemar da Costa Neto, cacique do PL. Há quem jure que ele vai superar ambos.

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