Pastor licenciado da Igreja Universal e dublê de político-advogado-empresário, Marcos Pereira é o cara da vez na corrida eleitoral de 2024. Ela vai definir prefeitos e vereadores nos 5.570 municípios brasileiros. Há 10 anos o Republicanos, partido presidido por ele, conquista o top-3 entre os que mais crescem.
A sigla ostenta em seus quadros nomes como o vereador (RJ) Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, e os senadores Hamilton Mourão (RS) e Damares Alves (DF).
Em 2022 conquistou a 6ª maior bancada da Câmara, com 41 deputados. O partido elegeu 75 deputados estaduais e 2 governadores: Tarcísio de Freitas e Wanderlei Barbosa-TO.
Em São Paulo, principal colégio eleitoral do país, com 33,1 milhões de eleitores, dois fatores sustentam as expectativas otimistas: o primeiro é o peso da máquina pública no processo eleitoral, com a sigla no comando do Executivo, e o segundo o esfacelamento do PSDB, berço do conservadorismo no Estado, que está resultando em migração em massa de correligionários.
Abandonado pela mãe, cresceu com a avó adotiva, envolveu-se com drogas e deu a volta por cima
Se as circunstâncias ajudam, é preciso dizer também que o Republicanos vive um período de curva ascendente muito em função de seu dirigente máximo: Marcos Pereira é visto como um líder partidário pragmático e eficiente.
Com apoio do próprio Lula, foi eleito vice-presidente da Câmara na atual Legislatura. Está em articulação para aderir à base de sustentação do governo, negociando espaços no 1o escalão.
O DCM apurou que de fato em SP boa parte de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e lideranças estão acenando ao Republicanos, de olho na aproximação com o Palácio dos Bandeirantes.
O partido explora um espaço que há anos pauta a agenda política e da sociedade: o campo dos conflitos sociais, em áreas como as formas de defesa da família, concepções sobre a vida e liberdade religiosa. No espectro ideológico, acaba se beneficiando com a polarização entre Lula e Bolsonaro.
Marcos Pereira é um clássico dos líderes que ascenderam na base popular
Se nas décadas de 70 e 80 eram os sindicatos que moviam as massas, e o Brasil assistia o furacão Lula, agora a incumbência dessa tarefa pertence ao universo evangélico no qual o número 2 de Edir Macedo é visto como filho pródigo.
Nascido em Linhares, interior do Espírito Santo, Marcos Pereira foi abandonado pela mãe na linha do trem – ela havia voltado para o estado de origem após engravidar do patrão em São Paulo.
A mãe adotiva separou do marido quando tinha 5 anos e ele acabou sendo criado pela avó-adotiva.
Passou pelas drogas, levantou e foi para o Rio de Janeiro comandar o departamento comercial da TV Record.
Progrediu, caiu nas graças de Edir Macedo até virar vice da Câmara e chefe de um dos principais partidos políticos do país.
Não restringe sua atuação entre neopentecostais de periferia. Desde que assumiu o cargo de Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços no governo de Michel Temer, vem se aproximando de altas esferas nos setores sociais e econômicos.
Reeleito deputado federal com mais de 231 mil votos, agora mira os 29 milhões de sufrágios que o seu partido recebeu no ano passado, número idêntico ao de torcedores do Corinthians, conforme dados oficiais, e apenas inferior aos do Flamengo.
Marcos Pereira começa a se posicionar para ocupar o espaço político partidário na direita atualmente dividido entre Gilberto Kassab, PSD, e Valdemar da Costa Neto, cacique do PL. Há quem jure que ele vai superar ambos.
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