Política

Bolsonarista reconhece: poder de compra da gasolina é o menor em 15 anos

Preço do combustível cresceu ainda mais após início da Guerra na Ucrânia. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Na tentativa de justificar a disparada no preço da gasolina, um apoiador de Jair Bolsonaro acabou revelando uma situação grave: o poder de compra do combustível em relação ao salário mínimo é o menor em 14 anos. Isso segundo o próprio bolsonarista.

Veja o gráfico abaixo:

Quem ficou curioso sobre a escolha do ano de 2006 pelo apoiador de Bolsonaro, perceba que desde 2007 o poder de compra do salário mínimo (contado em litros de gasolina) vinha sendo maior do que o atual. Apesar dos dados errados e sem fonte apresentada pelo autor do vídeo, ao tentar defender seu governo ele acaba elogiando uma das principais políticas dos governos Lula e Dilma Rousseff: a valorização do salário mínimo.

Em 2006 o salário mínimo tinha aumentado “apenas” 50% desde a eleição de Lula. Isso sem contar que foi um ano marcado internacionalmente pelo pico dos preços do petróleo. Pois desde 2008, com a adoção da política de valorização do mínimo, o salário seguiu aumentando acima da inflação todos os anos. Durante os governos Lula e Dilma, o salário mínimo somou um ganho real de 76,54%.

Leia mais:

1 – VÍDEO: Boulos provoca Bolsonaro por preço da gasolina

2 – VÍDEO: Bolsonaro mente e diz que Brasil tem “a gasolina mais barata do mundo”

3 – Internautas lembram de VÍDEO de Eduardo Bolsonaro reclamando da gasolina R$ 2,50

Mesmo com o mundo crise, preço da gasolina se manteve estável durante o governo Lula

Em 2008, auge da crise mundial, segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o barril do petróleo batia U$ 146 no mercado internacional. Mesmo assim, o litro de gasolina se mantinha no Brasil apenas R$ 2,50. Por quê? Porque o governo entendia a Petrobras como uma empresa estratégica para o Brasil e a serviço do povo brasileiro.

Desde o governo Michel Temer, com intensificação no mandato de Bolsonaro, essa percepção mudou. O Brasil apostou no desmembramento e privatização de grandes segmentos da Petrobras. Foram vendidas a BR Distribuidora, fechadas as fábricas de fertilizantes e privatizadas oito das 13 refinarias em atividade. Essas medidas atendem a um novo plano estratégico, focado na rentabilidade para os acionistas.

Com isso, a Petrobras diminuiu de tamanho, se reposicionou no mercado para focar na exportação de óleo cru das regiões mais rentáveis do pré-sal. O foco foi diminuir investimentos, amortizar a dívida e distribuir lucros aos acionistas. Uma visão na contramão da expressa pela empresa nos anos anteriores, quando ela cresceu sete vezes em valor, adotando um plano estratégico compromissado com o desenvolvimento do país.

Ao fazer tudo isso, a Petrobras abriu mão de diversos mecanismos de controle tanto do preço dos combustíveis como de garantia da soberania energética do Brasil.

Abandonando o refino e a distribuição, só resta à empresa vender óleo cru e depois comprar o mesmo óleo refinado em forma de gasolina e diesel, com valor agregado e a preços dolarizados, no mercado internacional.

Agora restou aos apoiadores do governo colocar a culpa da febre no termômetro.

Publicado originalmente no site Instituto Lula

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