Preços caem 7% no atacado e ajudam a baixar taxa de juros

Atualizado em 18 de junho de 2023 às 7:50
Colheita de milho: grão é base de alimento para frangos e teve queda de 15% só em maio. Foto: 18/11/2021REUTERS/Stephane Mahe

A inflação do atacado está caindo mais de 7% e registra os seus menores níveis desde pelo menos o início do Plano Real, em 1994, de acordo com economistas. Depois de passar dos 40% e bater recordes em 2021, os preços estão tendo, agora, no governo do presidente Lula (PT), a maior queda dos últimos 28 anos.

Esse índice verifica o preço de matérias-primas e produtos vendidos pelo setor agrícola e da indústria. Na visão de uma ampla ala dos economistas, isso significa que os preços que chegam aos consumidores devem, em breve, começar a refletir pelo menos uma parte dessas quedas. Essa diminuição abre ainda mais espaço para que o Banco Central reduza a taxa de juros no Brasil.

“É brutal a deflação acumulada em 12 meses no atacado, e, olhando para isso, não sei se alguém ainda pode ter alguma dúvida de que é necessário reduzir os juros”, defendeu o economista Fábio Silveira, sócio-diretor da consultoria MacroSector, especializado no setor agropecuário. “Os preços no atacado funcionam como uma força gravitacional sobre os preços ao consumidor. Eles precedem o comportamento dos preços no varejo e, se estão caindo, significa que, em algum momento, os preços no varejo vão, em alguma medida, acabar caindo também”.

Nos 12 meses até maio, o IPA caiu 7,6%, uma magnitude de queda que não tinha ainda sido registrada em nenhum outro momento desde 1995, primeiro ano completo desde o início do Plano Real, que acabou com a hiperinflação no país. Até então, a maior deflação registrada nos preços aos produtores tinha sido de 4,4%, em dezembro de 2009 e, depois, em agosto de 2017.

Fonte: Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) – IGP-M/FGV. Gráfico: CNN
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