“Prévia do futuro catastrófico”: 2023 foi o ano mais quente registrado e 2024 deve ser pior, diz ONU

Atualizado em 12 de janeiro de 2024 às 15:59
Termômetro de rua mostra temperatura de 44º durante onda de calor. Foto: AFP

A Organização Meteorológica Mundial, agência da ONU (Organização das Nações Unidas), afirmou que 2023 foi o ano mais quente registrado, com uma média global de temperatura acima dos níveis pré-industriais, e que 2024 deve ser ainda pior. Segundo o secretário-geral do órgão, António Guterres, o ano “foi uma mera prévia do futuro catastrófico que nos aguarda”.

Em informe publicado nesta sexta (12), o órgão aponta que o planeta se aproxima dos limites estabelecidos no Acordo de paris. O documento aponta que o fenômeno El Niño ampliou o impacto das mudanças climáticas e gerou temperaturas elevadas na segunda metade do ano. A expectativa, segundo a agência, é que “2024 seja possivelmente ainda mais quente”.

“2023 foi uma mera prévia do futuro catastrófico que nos aguarda se não agirmos agora. Devemos responder aos aumentos recordes de temperatura com ações revolucionárias afirmou”, afirmou Guterres. Ele avalia que ainda é possível “evitar o pior”, mas que é necessário agir com “ambição” para limitar o aumento da temperatura global.

António Guterres, o secretário-geral da ONU. Foto: Reuters

A Organização Meteorológica Mundial aponta que a informação mais surpreendente do registro feito do ano passado é que o recorde ocorreu “por uma margem enorme” em comparação com os níveis médios dos últimos anos.

“A temperatura média anual global se aproximou de 1,5° Celsius acima dos níveis pré-industriais – um fato simbólico, pois o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas visa limitar o aumento da temperatura a longo prazo a não mais que 1,5° Celsius acima dos níveis pré-industriais”, diz a entidade.

O órgão analisou os seis principais conjuntos de dados internacionais usados para monitorar as temperaturas globais e constatou que a temperatura média anual foi 1,45º C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900) em 2023.

“A mudança climática de longo prazo está aumentando e isso se deve inequivocamente às atividades humanas. A crise climática está piorando a crise da desigualdade. Ela afeta todos os aspectos do desenvolvimento sustentável e prejudica os esforços para combater a pobreza, a fome, a falta de saúde, o deslocamento e a degradação ambiental”, diz o relatório.

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