O patriotismo da primeira-dama que dispensa o SUS e é vacinada nos EUA. Por Nathalí

Atualizado em 24 de setembro de 2021 às 16:53
O presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle Bolsonaro durante cerimônia alusiva à marca de 100 milhões de poupanças sociais digitais Caixa. Foto: Agência Brasil

Colunista do DCM, Nathalí Macedo escreve sobre Michelle Bolsonaro na viagem do presidente Jair aos Estaods Unidos para falar na ONU. Entenda o que aconteceu.

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Primeira-dama, Michelle, que não liga para a vacinação no Brasil

Integrante da comitiva presidencial que passou vergonha unida em Nova York (e comeu pizza na calçada com o nosso dinheiro), Michelle Bolsonaro não teria sido barrada em um restaurante chique no qual decidisse jantar, já que, diferente do marido, está vacinada contra COVID-19.

A primeira-dama foi vacinada nos Estados Unidos (como confirmou o próprio Bolsonaro à Veja), o que é considerado por políticos e infectologistas como um “absurdo” e um “desprezo” ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Convenhamos: não é preciso ser especialista em coisa nenhuma para observar que desprezo ao SUS é um dos pilares do Governo Bolsonaro. O desmonte do Sistema Único de Saúde (o melhor do mundo, vale ressaltar) – que é, claramente, um projeto – sempre veio acompanhado de escárnio público que nenhum integrante do governo faz questão de disfarçar.

O patriotismo dessa gente sempre foi às avessas: não é surpresa que Micheque opte por se vacinar nos states. A única surpresa, na verdade, é que, em um antro de negacionistas, ela aceite a vacina (o que prova que talvez não seja, afinal, tão burra quanto eles).

Também não surpreende que o Governo não faça questão de esconder a opção da primeira-dama.

Quando Bolsonaro diz à Veja, como quem não quer nada, que tomar vacina é uma decisão pessoal. Minha mulher, por exemplo, decidiu tomar nos Estados Unidos. Eu não tomei”, ele escolhe mais uma vez fazer com que todos saibam que a familícia não acredita no SUS. Uma escolha política e ideológica, inegavelmente.

E enquanto a primeira-dama toma vacina importada – mesmo estando provado que as vacinas brasileiras são seguras – eles empurram hidroxocloroquina nos velhinhos, falsificam carteira de vacinação e atestado de óbito das próprias mães, obrigam os médicos a receitarem tratamento precoce e militam contra o uso de máscaras. Ainda é novidade pra alguém que essa gente não tem escrúpulos? Não há nada que não se possa esperar deles.

Ozônio no reto dos outros é refresco.