Primeira reitora negra da História assume UFRB

Atualizado em 17 de setembro de 2023 às 19:25
Gina Gonçalves durante a cerimônia de posse, em Brasília. Foto: Reprodução.

Originalmente Publicado em Brasil de Fato.

Georgina Gonçalves, a primeira reitora negra da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), assumiu o cargo em cerimônia nessa última quinta-feira (14). Ela foi eleita em 2019, mas tomou posse oficialmente em 30 de agosto. Com uma maioria esmagadora de 81% de estudantes negros na UFRB, a professora enfatiza como a nomeação é uma realidade única no cenário universitário brasileiro e um símbolo de resistência e luta, dadas as barreiras que enfrentou durante sua trajetória acadêmica.

Graduada em Serviço Social pela Universidade Católica do Salvador, Gina é mestre em Educação pela Universidade Federal da Bahia e doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Paris VIII. É professora associada do Centro de Artes, Humanidade e Letras (CAHL) da UFRB e já foi vice-reitora da universidade de 2015-2019. No mesmo ano, foi eleita reitora da UFRB e não empossada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em entrevista, a professora aborda o significado de se tornar a primeira reitora negra em uma instituição de ensino com esse perfil e os desafios que a UFRB enfrenta em sua missão de interiorização e popularização do ensino superior na Bahia.

Nos próximos quatro anos, os objetivos da reitora incluem aprofundar as relações da UFRB com seu território, garantir a permanência e o sucesso de sua comunidade diversificada e contribuir para a realização dos sonhos representados pelo acesso e sucesso no ensino superior. A universidade busca cumprir sua função social, tornando o ensino superior acessível às amplas camadas da sociedade brasileira.

Gina já foi vice-reitora da universidade de 2015-2019. E em 2019, foi eleita reitora da UFRB e não empossada pelo então presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução.

Durante os anos do governo de Jair Bolsonaro, a UFRB, como muitas outras universidades federais, enfrentou cortes de verbas e constrangimentos de várias dimensões. A reitora ressalta a importância da autonomia universitária e a necessidade de um orçamento adequado para a realização de pesquisa, ensino e extensão. No entanto, ela também destaca que a comunidade universitária se destacou como um espaço importante de resistência e defesa da democracia.

Agora, em um momento de reconstrução democrática, a instituição espera avançar em políticas de direitos, pesquisa, pós-graduação e ensino. A universidade desempenha um papel fundamental na contribuição para um projeto de nação mais democrático e inclusivo, garantindo o acesso à educação superior como um direito social e papel crucial na interiorização e popularização do ensino superior na Bahia, atendendo principalmente estudantes do interior do estado. No entanto, como destaca a reitora, há desafios significativos a serem enfrentados, principalmente em relação à assistência estudantil e ao fortalecimento das relações da universidade com os territórios aos quais ela pertence.

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