Prisão de Zinho tem conexão com cerco da PF no braço político da milícia, diz Cappelli

Atualizado em 25 de dezembro de 2023 às 14:08
Miliciano Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho. Foto: Reprodução

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, disse nesta segunda-feira (25) que o miliciano Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, tem muito a dizer às autoridades.

Zinho foi preso no domingo (24), véspera de Natal. O miliciano, que estava foragido, se entregou na Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro.

Em entrevista ao Globo, Cappelli ressaltou que o grupo comandado por Zinho “não se estabelece sem conexões poderosas”. O secretário destacou “conexões evidentes” entre cerco feito pela PF ao braço político da milícia e a entrega do criminoso às autoridades.

“Uma milícia como essa não se estabelece no Rio de Janeiro, dominando quase um terço do território da cidade, sem conexões poderosas. Então, o Zinho tem muito a dizer. E a gente espera que ele fale”, disse.

A prisão de Zinho ocorreu seis dias após uma operação que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à deputada estadual Lucinha (PSD), chamada de “Madrinha” pelo criminoso. Na mesma semana, a advogada do miliciano entrou em contato com a PF para negociar sua entrega.

“Veja, não são coisas isoladas. Fica claro que é um processo com conexões evidentes, de aproximações sucessivas. A Polícia Federal foi se aproximando, se aproximando, e fica claro que Zinho optou por não correr o risco de ter o mesmo destino de seu sobrinho e também de seu próprio irmão, o Ecko”, afirmou o secretário.

Secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli. Foto: Reprodução

“Quando um cidadão como esse, um miliciano como esse, sabe que se tem muita informação sobre ele, percebe que a vida dele começa a correr risco. Até pelo receio de ser assassinado pelos próprios comparsas”, acrescentou.

Para Cappelli, Zinho acabou sem alternativas que não sua entrega à polícia. “Tudo indica que ele considerou se entregar para preservar sua própria integridade. É trabalho de inteligência, que foi fechando o cerco e obrigou o criminoso a se entregar. O criminoso só se entrega quando percebe que essa é a única e a melhor alternativa que lhe resta. Senão, não se entrega”, avaliou.

Segundo fontes da PF, ao se entregar, Zinho está tentando manter os negócios e conter os danos.

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