“Privatização da Enel foi mal feita”, diz prefeito de São Paulo

Atualizado em 6 de novembro de 2023 às 14:07
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo. Foto: reprodução

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), expressou descontentamento em relação ao contrato de privatização da Enel ao comentar o recente apagão que ainda afeta partes da cidade após a tempestade ocorrida na última sexta-feira (3). Em entrevista concedida ao UOL News na manhã desta segunda-feira (6), o emedebista ressaltou a necessidade de uma readequação do contrato para lidar com as mudanças climáticas.

“Foi [mal feito]. O contrato é com o governo federal, que o rege. Houve lá o erro. Precisa haver uma readequação desse contrato para essa questão das mudanças climáticas. Não é possível que a Enel, com todos esses problemas, tenha um volume pequeno de equipes perante o tamanho do nosso problema”, afirmou Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo.

De acordo com informações fornecidas pela Enel, aproximadamente 500 mil imóveis ainda permanecem sem energia elétrica na cidade de São Paulo nesta segunda-feira. A empresa adquiriu a Eletropaulo em 2018, durante o governo Michel Temer (MDB).

Sobre o volume pequeno de equipes, desde 2019 a Enel demitiu quase 36% dos funcionários, segundo a CNN Brasil. Enquanto a Eletropaulo tinha uma média de um trabalhador para cada 307, a empresa privatizada aumentou a demanda para 511 consumidores por cada profissional.

Fachada da Enel. Foto: reprodução

Uma reunião está agendada para esta tarde com a presença de Nunes, do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), do diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) Sandoval Feitosa e representantes das empresas distribuidoras de energia para discutir a situação emergencial.

Nunes enfatizou que o encontro terá como foco a elaboração de um “plano de contingência” e destacou a falta de equipes da Enel para restabelecer o fornecimento de energia elétrica. O prefeito expôs suas sugestões para a revisão do contrato com a empresa.

“Tenho três pontos e o principal é um plano de contingência. Com as mudanças climáticas, infelizmente é muito provável que volte a acontecer o que ocorreu na sexta. Também deve haver um plano para enterrar os fios. E o terceiro é o aumento no número de equipes. Ainda estamos com 125 árvores caídas e não há equipe para desligar a energia”, acrescentou o prefeito.

Além disso, Nunes afirmou em uma entrevista ao SBT que acionará a Justiça caso o fornecimento de energia não seja completamente restabelecido até amanhã. Segundo ele, a Enel inicialmente se mostrou hesitante em definir um prazo para solucionar a situação, mas se comprometeu a respeitar o acordo firmado com ele.

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