Professor agredido no DF é bolsonarista e fez churrasco em sala de aula para o “mito”

Atualizado em 22 de outubro de 2025 às 8:29
Emerson Teixeira, o “Professor Opressor”: agredido

A história do professor Emerson Teixeira, agredido por um pai de aluna na manhã de segunda-feira (20), no Distrito Federal, ganhou um plot twist.

As cenas de pugilato ocorreram no Centro de Ensino Médio 04 do Guará I, onde o docente repreendeu a estudante por usar o celular durante a aula. O pai dela, insatisfeito com a repreensão, invadiu a sala de coordenação e agrediu Emerson com socos e chutes.

Câmeras de segurança registraram as agressões, que aconteceram na presença de outros estudantes, enquanto a jovem chorava e questionava as atitudes do pai, identificado como Thiago Lênin Sousa (sim, é isso mesmo).

De acordo com a Polícia Civil do DF, o agressor foi detido em flagrante e liberado após depoimento. O professor passou por exames de corpo de delito e manifestou interesse em acionar o pai da aluna judicialmente. O caso segue sendo apurado.

Em meio ao ocorrido, no entanto, surgiram versões divergentes. “Ele xinga os alunos, grita, abusa do poder dele. Fala coisas desnecessárias e envergonha os alunos na frente dos outros”, declarou uma estudante em suas redes. Depois da briga, Teixeira provocou os alunos enquanto os filmava.

Além disso, amigos da garota revelaram que ela usava o celular para suprir a falta de óculos adequados devido a questões financeiras, sendo essa situação já de conhecimento de outros professores.

Emerson Teixeira tem um canal no YouTube chamado “Professor Opressor”, repleto de vídeos apoiando Bolsonaro. Apagou diversos deles.

Teixeira já foi investigado pela Corregedoria da Secretaria de Educação do DF em 2018 por organizar um “churrasco” em sala de aula em apoio à eleição de Jair Bolsonaro.

Na ocasião, usava uma camiseta com a mensagem “Bolsonaro presidente” e declarou que “hoje a Matemática não é importante”, enquanto uma churrasqueira elétrica estava ligada. O vídeo foi gravado no ambiente escolar, o que gerou críticas e uma investigação que não deu em nada.

Em junho de 2020, esteve envolvido nas investigações da Polícia Federal relacionadas aos atos golpistas contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

Na época, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em vários estados, incluindo o DF, durante a apuração de manifestações antidemocráticas. Ele costumava também ajudar Bolsonaro a assediar jornalistas nas coletivas do “cercadinho” em Brasília.

A Secretaria de Educação do DF afirmou estar acompanhando o caso, reforçando que repudia qualquer forma de violência no ambiente escolar. Em relação ao professor Emerson Teixeira, a pasta informou que o caso será apurado pela Corregedoria e que serão adotadas as medidas necessárias.

 

Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.