Quadrilha que vendia milhões de senhas de órgãos públicos é desmontada

Atualizado em 25 de setembro de 2023 às 1:13
Jovem de 14 anos é suspeito de liderar quadrilha que comercializava 20 milhões de senhas. Foto: Reprodução

Uma operação policial revelou a atuação de uma quadrilha que comercializava mais de 20 milhões de logins e senhas de órgãos como a Justiça e diversas polícias brasileiras, com um adolescente de 14 anos apontado como líder. O grupo, composto por jovens, aproveitava falhas de segurança em sites oficiais.

A investigação começou com a prisão de um adolescente de 17 anos em Bady Bassitt, São Paulo, que estava logado no sistema da Polícia Civil do estado e inseriu informações falsas em um boletim de ocorrência. O adolescente cometeu o crime em junho deste ano, quando ainda era menor de idade.

A polícia conseguiu rastrear integrantes da quadrilha em diferentes cidades, incluindo Jaciara (MT), Blumenau (SC) e Curitiba. Após 32 dias de investigação, outro adolescente de 14 anos foi apontado como líder do grupo. Ele afirmou ter criado um programa de computador capaz de acessar qualquer site, acumulando 20 milhões de logins e senhas.

Lucas Barbas, conhecido pelo apelido Fusaao, foi preso por envolvimento com quadrilha que obtinha senhas de sites públicos. Foto: TV Globo/Reprodução

A quadrilha possuía acesso a sistemas de órgãos como o Tribunal de Justiça de São Paulo, Polícia Militar, Polícia Federal, Exército e Ministério Público de São Paulo, além de outros. Eles compartilhavam ou vendiam os logins e senhas por preços que variavam de R$ 200 a R$ 1.000.

A atuação da quadrilha levanta questões sobre a segurança online e a responsabilidade dos pais, uma vez que o adolescente líder alegou que entrou no sistema por curiosidade. Atualmente, todos os hackers detidos foram liberados, exceto o adolescente à época com 17 anos, que voltou a ser apreendido e está na Fundação Casa.

Todo o esquema era armazenado em servidores privado, numa nuvem, onde eram criadas conexões fantasmas para dificultar o rastreamento. A polícia, no entanto, conseguiu rastrear integrantes da quadrilha em Jaciara (MT), Blumenau (SC) e Curitiba.

O Discord, a plataforma onde os jovens se conheceram e organizaram a quadrilha, afirmou adotar uma abordagem de tolerância zero com atividades ilegais, removendo conteúdo e colaborando com autoridades quando necessário. Enquanto isso, as instituições afetadas garantem que seus sistemas estão protegidos e investem constantemente em segurança cibernética.

A defesa de Lucas Barbas diz que ele é inocente.

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