Quais são as autoridades espionadas pela “Abin paralela” reveladas até agora

Atualizado em 26 de janeiro de 2024 às 16:09
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem. Foto: Marcos Corrêa/PR

Segundo a Polícia Federal, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) monitorou políticos e autoridades entre 2019 e 2021, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação usava o software espião FirstMile, não tinha autorização da Justiça e os servidores agiam com objetivos políticos, de acordo com a investigação.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expôs alguns alvos da ação ilegal da Abin em decisão. Nem todas as autoridades foram citadas pelo magistrado, mas a determinação indica que outros políticos foram monitorados pelo software espião.

Um dos espionados foi Camilo Santana, então governador do Ceará e atualmente ministro da Educação. Segundo a PF, um servidor que controlava o sistema FirstMile foi flagrado “pilotando um drone” próximo à sua casa.

O próprio ministro do Supremo foi alvo da Abin. O nome de Moraes foi encontrado em anotações que indicam a tentativa de associá-lo, junto de outras autoridades, à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Também magistrado da Corte, Gilmar Mendes foi incluído na lista de monitorados e, segundo as investigações, “houve a tentativa de vinculação” de seu nome ao PCC.

“O arquivo ‘Prévia Nini.docx’ mostra a distorção, para fins políticos, da providência, indicando a pretensão última de relacionar a advogada Nicole Fabre e os Ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital – PCC, alimentando a difusão de fake news contra os magistrados da Suprema Corte”, aponta a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Rodrigo Maia e Joice Hasselmann, então deputados federais e tidos como adversários políticos do ex-presidente, também foram monitorados pelo software espião.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o filho 04 do ex-presidente, Jair Renan, são apontados como beneficiados do uso da ferramenta espiã. Foto: Reprodução

Jair Renan e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filhos do ex-presidente, são apontados no inquérito como beneficiários do uso da ferramenta. Segundo a PF, a Abin utilizou o programa para dar informações ao 04 sobre uma investigação que apurava tráfico de influência contra ele.

“Noutros termos, o presente evento corrobora a instrumentalização da ABIN para proveito pessoal. Neste caso o intento era fazer prova em beneficio ao investigado RENAN BOLSONARO”, diz a PF.

O senador, por sua vez, teria recebido um relatório para auxiliar sua defesa no caso das “Rachadinhas”. “Relatórios para subsidiar a defesa do Senador Flávio Bolsonaro em caso que ficou conhecido como ‘Rachadinhas’, com o que o órgão central de inteligência teria sido empregado para finalidades alheias às institucionais”, diz a PGR.

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