Quem critica prisões do 8/1 antes tinha “bordões fascistas” contra criminosos, diz Moraes

Atualizado em 12 de dezembro de 2023 às 13:03
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Foto: Carlos Moura/SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes criticou a hipocrisia de bolsonaristas pelos ataques à Corte após a prisão dos terroristas do 8 de janeiro. O magistrado afirma que, antes da detenção dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele e seus aliados tinham “bordões fascistas” contra criminosos presos.

“Essas pessoas que hoje criticam o sistema penitenciário nunca se preocuparam com os 700 mil presos brasileiros. Enquanto não havia gente ligada a essas pessoas, elas tinham bordões, eu diria, fascistas em relação àqueles que cometiam crimes. Nunca defenderam o que elas têm agora no Supremo, devido processo legal, direito a advogado, a um julgamento por 11 ministros”, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo.

Ele ainda lembra que os crimes cometidos pelos terroristas do 8 de janeiro “foram gravíssimos” e que algumas penas, somadas, poderiam chegar a mais de 40 anos, mas as maiores condenações até agora foram de 17 anos. O magistrado ainda cita a previsão da legislação brasileira que determina que as pessoas só podem ficar presas em regime fechado por um sexto da pena.

“Então, em que pese toda essa gravidade da prática de um crime que tentou abolir a democracia, que tentou abolir os Poderes –queriam um golpe militar com a volta do AI-5, com a volta de tortura, com a volta de se cassar politicamente adversários–, essas pessoas ficarão presas mais um ano e meio, um ano e quatro meses, e poderão progredir”, aponta.

Terroristas durante o ataque de 8 de janeiro. Foto: Evaristo Sá/AFP

O magistrado diz que recebe bem as críticas, que “são parte da democracia”, mas aponta que a maioria das manifestações contrárias a ele são ataques. “O que não faz parte da democracia é a agressão, são injúrias, calúnias, ameaças”, prossegue.

Moraes ainda lembra que não julga os casos “sozinho” e que as penas são debatidas pelos demais ministros da Corte. “Todas as minhas decisões são levadas a referendo do Supremo Tribunal Federal. Uma condenação só existe se houver maioria no STF. Esses que foram condenados foram condenados por ampla maioria no STF”, finaliza.

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