“Quem deve pedir desculpas é Israel, mas à humanidade”, diz Celso Amorim

Atualizado em 19 de fevereiro de 2024 às 17:02
O assessor da Presidência Celso Amorim e o presidente Lula. Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Assessor para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim defendeu o presidente Lula após sua comparação entre os ataques israelenses a Gaza e o extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler durante o regime nazista. A fala gerou uma crise diplomática entre os governos do Brasil e Israel.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou que o petista é uma “persona non grata até que peça desculpas e se se retrate”. Amorim, no entanto, diz que “não há hipótese de pedido de desculpas” por parte do presidente.

“Quem tem que pedir desculpas é Israel, e não é ao Brasil, mas à humanidade”, diz o assessor. Nesta segunda (19), ele participou de reunião com o presidente e ministros no Palácio da Alvorada para debater a reação do governo israelense à fala.

“Lula não tem por que estar chateado. Obviamente, o Brasil não vai festejar qualquer afastamento nas relações diplomáticas. Quem tem que estar preocupado é Israel, que está cada vez mais isolado internacionalmente”, prosseguiu.

Amorim ainda diz que existe uma “concordância geral” sobre a decisão de chamar o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, de volta ao Brasil e esclareceu que a comparação feita pelo presidente não é dirigida ao povo judeu, mas ao governo israelense.

“Isso não tem nada a ver com o povo judeu. Temos o maior apreço ao povo judeu, que deu inúmeras contribuições ao Brasil e ao mundo”, completou.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Foto: Evan Vucci/AP

A declaração do petista ocorreu na 37ª cúpula da União Africana neste domingo (18), na Etiópia. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou Lula.

Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, atacou o presidente brasileiro, dizendo que suas falas são “vergonhosas”. “Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, afirmou o premiê.

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