No sábado passado (2), Regivaldo da Silva Santana, conhecido como Giba, famoso escultor de obras sacras foi detido pela Polícia Civil de Alagoas, suspeito de matar quatro jovens e ocultar os corpos em um poço em sua propriedade. O caso, que aconteceu em Arapiraca, chamou a atenção não só pela gravidade dos crimes, mas também pela descoberta de uma grande quantidade de armas e cobras em seu sítio.
De acordo com o delegado regional de Arapiraca, Edberg Oliveira, Giba não tinha antecedentes criminais e era conhecido por sua profissão como escultor de obras sacras. Ao todo, foram encontradas 12 armas em sua posse, algumas delas de calibre restrito das forças públicas, e duas cobras, uma delas uma píton albina de 5 metros, sem autorização ambiental.
“Eu nunca tinha me deparado com uma situação com essa quantidade de armas sob posse de uma pessoa. E surpreendeu também os homicídios: quatro pessoas mortas e enterradas em um poço”, disse o delegado.
Segundo as investigações, Giba tinha registro de CAC (colecionador, atirador e caçador) no Exército e estava com 10 armas registradas legalmente e duas outras ilegais. “As pessoas achavam até que ele era policial, porque ele exibia armas e era comum escutar disparos no sítio dele”, acrescentou Oliveira.
Em depoimento à polícia, Giba afirmou que estava embriagado no momento dos crimes e confessou os assassinatos, mas suas declarações foram inconsistentes.
“Ele foi passando informações, mas à medida que nós o questionávamos, ele modificava as versões”, disse Oliveira. Segundo o suspeito, os jovens teriam roubado utensílios e um aparelho celular dele, o que teria motivado os assassinatos.
O inquérito que investiga os crimes de Giba ainda está em andamento, mas o delegado antecipa que ele deve ser indiciado por homicídios, ocultação de cadáver, posse ilegal de arma e crime ambiental.
O caso veio à tona após a mãe de duas das vítimas procurar a delegacia e informar sobre o desaparecimento dos jovens, que teriam sido vistos pela última vez na propriedade de Giba. Vizinhos relataram ter ouvido disparos na região no dia do desaparecimento, o que chamou a atenção das autoridades.
Os corpos foram identificados como os de Letícia da Silva Santos e seu namorado Erick Juan de Lima Silva, ambos de 20 anos. Além de Joselene de Souza Santos, de 17 anos, e seu namorado Lucas da Silva do Santos, de 15. Lucas e Letícia eram irmãos.
O escultor alegou que as vítimas teriam furtado objetos de sua propriedade. Segundo as autoridades policiais, Giba afirmou que conhecia os jovens porque ocasionalmente pediam alimentos e dinheiro a ele.
Giba teria acompanhado as duas meninas até o centro de Arapiraca, onde sacou dinheiro em uma agência bancária. Depois, o trio comprou uma pizza e retornou à propriedade do artista plástico. No entanto, ao chegar, Giba foi informado por um sobrinho que os parceiros das jovens teriam furtado um celular e outro equipamento da propriedade.
Com auxílio do sobrinho e outro indivíduo, Giba localizou os jovens supostamente envolvidos no furto e cometeu os assassinatos. Ainda segundo a polícia, ele alegou que efetuou um disparo acidental que atingiu a primeira vítima.
Em seguida, ele matou as outras três pessoas e ocultou os corpos em um poço com aproximadamente 20 metros de profundidade, em sua propriedade no sítio Laranjal, no interior de Arapiraca.