Quem é Marcos do Val, senador que foi coagido por Bolsonaro a grampear Moraes

Atualizado em 2 de fevereiro de 2023 às 12:16
O senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos)
Foto: Reprodução

Na madrugada desta quinta-feira (2), o senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos) anunciou que irá renunciar ao seu cargo e deverá voltar a morar nos Estados Unidos. A decisão pública do parlamentar foi tomada após ele revelar, em uma transmissão ao vivo, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou coagi-lo a dar um golpe de estado. A investida foi recusada e denunciada às autoridades.

O senador deveria fazer parte de um plano arquitetado por Bolsonaro para conseguir anular o resultado das eleições e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): grampear conversas com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes. Mas, novamente, o plano do ex-capitão falhou e pode gerar mais consequências negativas para ele.

Marcos Ribeiro do Val, de 51 anos, nascido em Vitória, capital do Espírito Santo, é um militar do Exército Brasileiro no 38º Batalhão de Infantaria. O político tem como foco o trabalho na área de segurança pública.

O militar foi eleito senador pelo Espírito Santo nas eleições de 2018, se impulsionando na onda do bolsonarismo, e conseguiu bastante sucesso nas redes sociais. Ele é considerado um dos parlamentares mais influentes no meio digital, com uma taxa de interação de 2,9 milhões e 826 mil seguidores, superando outros bolsonaristas.

Assim, ele conseguiu assumir importantes cargos na Mesa Diretora do Senado, sendo o 1º suplente de secretário, e também outras fortes posições em algumas comissões permanentes, como vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e da Defesa Nacional.

Além disso, em seu histórico como parlamentar, ele integrou a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e, com o cargo de vice-presidente, fez parte da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC).

Marcos ganhou reconhecimento por ser um renomado instrutor de agentes de segurança pública e privada.O bolsonarista, então, fundou sua empresa, o Centro Avançado em Técnicas de Imobilizações (CATI). Com ela, o militar ofereceu cursos para agentes da Swat, Nasa, FBI, Navy Seals e Vaticano, segundo está descrito em seu site. As informações são do jornal O Globo.

O congressista também ensinava em palestras, feitas a “mais de 120 corporações policiais e de segurança espalhadas por diversos países como EUA, China, França, Espanha, Luxemburgo, Bélgica, Itália, Portugal, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Equador, Colômbia, Brasil e outros”.

Por outro lado, além do meio político, o militar foi responsável por treinar figurantes do “Tropa de Elite” para fazer, entre outras atividades, a cena de “incursão em comunidades do Rio de Janeiro”.

O parlamentar, que já trabalhou no exterior, recebeu o título de Membro Honorário da SWAT de Beaumont, no Texas, e outros títulos de mestre em Artes Marciais por órgãos internacionais.

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