Quem é o miliciano que pode ter sido confundido com médico morto no Rio

Atualizado em 6 de outubro de 2023 às 7:33
Médico Perseu Ribeiro Almeida e Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, líder de uma milícia que atua na Zona Oeste do RJ. Foto: Reprodução

O assassinato de três médicos na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, ocorrido na madrugada da última quinta-feira (5), está envolto em uma investigação que aponta para uma confusão, na qual o ortopedista Perseu Ribeiro de Almeida teria sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa.

Taillon, um nome já conhecido, foi condenado por liderar a milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Essa organização criminosa está em disputa pelo controle territorial com uma facção que domina a Cidade de Deus, para onde os agressores dos médicos supostamente fugiram após o crime.

O criminoso é filho de Dalmir Pereira Barbosa e ambos são identificados pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) como membros de uma quadrilha atuante em áreas da Zona Oeste da cidade. Em dezembro de 2020, Taillon teve sua prisão preventiva decretada sob acusação de envolvimento com uma organização criminosa.

Em junho de 2022, Taillon foi condenado a oito anos e quatro meses de prisão por liderar a quadrilha. Em março, ele foi liberado da prisão e colocado em prisão domiciliar, obtendo autorização para sair de casa seis meses depois, sob estritas condições estabelecidas pelo juiz Cariel Bezerra Patriota.

Quem é o milicano que pode ter sido confundido com médico | VEJA
O miliciano Taillon Alcântara. Foto: Reprodução

Essas condições incluem comparecer ao tribunal a cada três meses para comprovar suas atividades, retornar para casa às 23h todas as noites e aderir a padrões de comportamento socialmente aceitáveis. Ele também deve permanecer no estado e notificar o tribunal antes de mudar de residência.

De acordo com o MP, Taillon era responsável pela exploração do transporte alternativo de vans e mototáxi, além de serviços essenciais como fornecimento de água, gás e TV a cabo em Rio das Pedras, Muzema e outras comunidades próximas.

O grupo também impunha “taxas de segurança” a comerciantes e residentes, promovia invasões e grilagens de terras e lucrava com construções clandestinas. As denúncias anônimas indicam que Taillon era conhecido por seu comportamento violento e por exercer uma posição de comando na organização criminosa. Além disso, áudios interceptados pelo MP revelam conexões do miliciano com policiais militares.

Os promotores destacam que as atividades da quadrilha de Taillon envolviam agressões, ameaças e homicídios na região. Sua prisão ocorreu após o desabamento de edifícios na Muzema, que resultou na morte de 24 pessoas, e seguiu uma série de “disque-denúncias” que apontavam o comportamento extremamente violento do miliciano.

Em uma das conversas analisadas, Taillon afirmou ter influência sobre o batalhão da polícia, sugerindo vínculos com agentes da lei. Ele também deixou claro que usaria métodos coercitivos para impor seu domínio na região.

Assista abaixo o momento do crime:

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