Quem é o tucano bolsonarista aliado de Doria que foi exonerado pelo PSL na Alesp. Por José Cassio

Atualizado em 24 de abril de 2019 às 18:01
Beall: o “cidadão de bem” amigo de Doria que traiu o próprio partido e destratou uma PM para ser exonerado da tribuna do plenário da Alesp (foto: reprodução YouTube)

Nesta semana, uma reportagem da Folha sacudiu os bastidores da Assembleia Legislativa de SP.

O caso resultou em uma exoneração pública, feita da tribuna do plenário: a do assessor Flávio Ricardo Beall que estava lotado na liderança do PSL.

Beall tentou entrar a pé pela rampa do estacionamento exclusiva para carros de parlamentares e foi barrado por uma soldado, mas ignorou a ordem.

Destratou a policial e teve de ouvir o líder do PSL, Gil Diniz, desculpar-se pessoalmente com o comando da PM da Casa.

“Todos os funcionários da Alesp têm que ser respeitados”, discursou Gil Diniz.

Com salário bruto de R$ 7.756,00, Flávio Beall seria mais um caso de “cidadão de bem” exorbitando de suas funções não fosse um detalhe: filiado ao PSDB, foi um dos dois tucanos – ele e Paulo Mathias, ex-subprefeito de Pinheiros e atual Secretário Executivo de Desenvolvimento Social do Estado de SP – responsáveis pela deserção da candidatura de Geraldo Alckmin na eleição do ano passado e pela criação de um movimento que se tornaria conhecido como ‘Bolsodoria’.

Ex-diretor da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (Prodam), durante o processo eleitoral Beall se instalou no QG da campanha de Doria com uma função específica: cooptar militantes tucanos para levar ao encontro dos interesses do então candidato do PSL, Jair Bolsonaro.

Paulo Mathias, conhecido como ‘Dorinha’ por copiar a conversa mole de extrema-direita do gestor, concorreu a uma vaga na Assembleia, mas não conseguiu se eleger. Abandonou o PSDB e foi para o partido Novo.

Beall continua filiado no diretório de Indianópolis e tentava a sorte na liderança do PSL, com um olho em Doria e outro no capitão. Até bater de frente com uma PM invocada que foi reclamar por ter sido destratada.

O tucano bolsonarista, que é membro da Confederação Brasileira de Tiro Defensivo, submergiu nos últimos dias, esperando a poeira abaixar.

No PSDB, a conversa é a de que a sua expulsão está na pauta da próxima reunião da Executiva municipal.  Mas, por ser do círculo de tucanos próximos a Doria, há quem duvide que ela vá de fato acontecer.