Quem é Rodrigo Amorim, bolsonarista que liderou grupo armado contra apoiadores de Freixo

Atualizado em 16 de julho de 2022 às 13:58
Rodrigo Amorim em ataque a caminhada do pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro Marcelo Freixo. Foto: Reprodução

O deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB-RJ) liderou, neste sábado (16), um ataque de bolsonaristas armados a um ato em apoio a Marcelo Freixo (PSB). O grupo encurralou os participantes da caminhada na Praça Saens Peña, na Tijuca, zona norte do Rio.

Os apoiadores de Amorim teriam chegado à agenda da aliança da esquerda gritando “traficantes e marginais”. Os relatos indicam que, ao serem chamados de “milicianos”, os homens se exaltaram, quebraram bandeiras e mostraram que estavam armados.

Quem é Rodrigo Amorim?

Rodrigo Martins Pires de Amorim é um político brasileiro filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro. Foi eleito deputado estadual do Rio de Janeiro em 2018, com 140.666 votos.

Ele ganhou notoriedade durante a campanha à Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). Na ocasião, junto ao então candidato a deputado federal Daniel Silveira, ele quebrou uma placa de homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada a tiros em março daquele ano. Quatro anos depois, Amorim e Silveira posaram para uma foto com a placa quebrada.

Daniel Silveira e Amorim voltam a posar com placa quebrada de Marielle
Daniel Silveira e Rodrigo Amorim posam novamente com placa quebrada de Marielle Franco. VEJA/Divulgação

Amorim também foi Secretário Municipal Adjunto de Governo e, posteriormente, Secretário Municipal Adjunto de Planejamento do Município de Mesquita, e Secretário Municipal de Cidadania e Direitos Humanos de Nilópolis, onde ajudou a criar o Procon Municipal, além de fundador do Instituto Cão Guia Brasil.

Em janeiro de 2019, Rodrigo Amorim declarou que a Aldeia Maracanã, que ocupa um terreno de 14,3 mil m² ao lado do Estádio do Maracanã, era um “lixo urbano” e que seria necessária uma “faxina” no local a fim de “restaurar a ordem”.

Segundo Amorim, o local oferecia risco a moradores e turistas por ser um terreno com mato e lixo acumulados e por servir de ponto de consumo de drogas. O político sugeriu que o espaço ocupado pela aldeia virasse uma área de lazer ou um estacionamento.

Em março daquele ano, Amorim visitou o local ao lado do também deputado estadual Alexandre Knoploch, ambos filiados ao Partido Social Liberal (PSL), com o objetivo de vistoriar o local, transformou-se em confusão. De acordo com os parlamentares, um grupo de ocupantes do lugar cercou-os e chamou-os de “nazista” e “racista”.

Em outubro de 2019, Rodrigo Amorim e Daniel Silveira foram ao tradicional Colégio Pedro II, em São Cristóvão, para fazer uma inspeção, em um ato que intitularam de “Cruzada pela Educação”. Oscar Halac, reitor da instituição, tentou impedir a entrada dos parlamentares, por não terem autorização.

O reitor comunicou o evento à Polícia Federal, para analisar se houve abuso de autoridade por parte dos deputados. Amorim afirmou que a “Cruzada pela Educação” não tem “escopo ideológico” e alegou ter encontrado nos locais que visitou uma “forte doutrinação”.

Dias depois, a diretoria do colégio fez um registro de ocorrência na Polícia Federal. Também foi acionada a Procuradoria Regional Federal da 2ª Região, onde foi solicitada uma medida restritiva contra os dois deputados. Além disso, foi pedido que o evento seja levado ao conhecimento do Poder Judiciário.

Em 2021, ele criticou os fãs da cultura jovem coreana, mais conhecidos como KPoppers e foi detonado nas redes sociais. “Lixo cultural”, disse na ocasião. A assessoria de imprensa, que fez o tweet, foi aconselhada pelo deputado Rodrigo Amorim a apagar os tuites.

Já no início deste mês, Amorim foi denunciado pelo MPF por violência política de gênero. Ele ameaçou de morte a vereadora de Niterói Benny Briolly (PSOL-RJ). O caso ocorreu no final de junho, quando a vereadora recebeu em seu e-mail uma mensagem enviada pela conta institucional de Amorim. O texto continha ameaças de morte e ofensas racistas e transfóbicas.

Com o título “já estou contando as balas”, o e-mail pressionava a vereadora a desistir de um processo contra o deputado por tê-la chamado, em 17 de maio, em sessão da Alerj, de “boizebú” e “aberração da natureza”.  O parlamentar também afirmou: “sou do tempo em que existiam homens, mulheres, bichas e sapatões, nada mais”.

Benny registrou um boletim de ocorrência contra Amorim na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância).

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