Quem foi o juiz assassinado pelo PCC a mando de Marcola há 20 anos

Atualizado em 23 de março de 2023 às 14:52
O juiz Antônio José Machado Dias, assassinado pelo PCC em 2003 a mando de Marcola. Foto: Arquivo/TV Fronteira

A operação do PCC que planejava atentado contra Sergio Moro ocorreu 20 anos depois do primeiro grande crime da facção. Em 14 de março de 2003, criminosos, a mando de Marcola, assassinaram o juiz-corregedor Antônio José Machado Dias (47), que era visto como principal inimigo das lideranças do grupo detidas no fórum em que atuava.

“Machadinho”, como era conhecido, teve seu carro cercado por criminosos e foi baleado no tórax e na cabeça por tiros de pistola 9mm. Responsável por cuidar de processos de chefes do PCC, ele virou alvo enquanto o traficante Fernandinho Beira-Mar estava detido no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, área onde trabalhava.

O caso teve grande repercussão à época e gerou diversas mudanças na Justiça de São Paulo. A facção atua principalmente em presídios paulistas, onde os líderes estão presos e passam ordens para os que estão soltos, e também ficou conhecida por outros casos que são lembrados até hoje.

Em 2001, por exemplo, o PCC promoveu rebeliões em 29 presídios após a transferência de um dos principais chefes do grupo da Casa de Detenção, o Carandiru. Diversos agentes penitenciários foram feitos de reféns em um domingo, dia em que ocorriam visitas em todas as unidades prisionais do estado.

Dois anos depois, a facção ficou mais conhecida e gerou uma fama de terror em torno do seu nome após o assassinato do magistrado.

Primeiro Comando da Capital (PCC)
Foto: Alex Silva/AE

Um dos casos mais conhecidos protagonizados pelo PCC ocorreu em maio de 2006, quando o grupo paralisou a região metropolitana de São Paulo. O governo do estado havia anunciado a transferência de Marcola e outros 700 criminosos da facção do presídio de Avaré para Presidente Venceslau.

Dois dias depois do comunicado, houve uma sequência de 64 atentados que deixaram 30 mortos e 25 feridos na Grande São Paulo, no interior e no litoral do estado. Policiais, guardas civis, agentes prisionais, delegacias e bases das corporações foram alvos de tiros.

Ao mesmo tempo em que ocorriam os atentados, mais de 24 mil detentos de 24 presídios fizeram uma rebelião, com 129 reféns. Os ataques paralisaram o serviço de transporte público e fizeram comerciantes fecharem lojas e escolas e faculdades liberarem alunos.

Cerca de seis anos depois, em 2012, o PCC ordenou o assassinato de seis policiais militares. A onda de ataques durou até o fim daquele ano e tinha o objetivo de desestabilizar a tropa policial e a cúpula de segurança do estado.

Policiais militares e outros agentes das forças de segurança costumam ser os principais alvos do PCC, mas civis já foram mortos pelo grupo. A facção aponta que o motivo de sua criação é o Massacre do Carandiru, quando policiais mataram 111 presos na Casa de Detenção de São Paulo após uma rebelião em 1992.

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