Quem são os generais golpistas que estão sob o cerco de Alexandre de Moraes, do STF

Atualizado em 10 de fevereiro de 2024 às 14:50
Golpistas em seus cargos em 2021: Paulo Sérgio Nogueira, Exército, Walter, Casa Civil, Jair Bolsonaro, presidente, Almir Garnier Santos, Marinha, e Carlos Baptista Junior, Aeronáutica.

A investigação em andamento sobre uma alegada tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro tem destacado a atenção para dois generais da reserva entre os 16 militares presentes na reunião golpista realizada em 5 de julho de 2022: Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira. Ambos ex-ministros da Casa Civil e da Defesa, respectivamente, estão no centro das apurações da Polícia Federal (PF) e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a jornalista Bela Megale, os dados nas mãos das autoridades mostram que Braga Netto e Nogueira desempenharam papéis centrais na alegada trama golpista arquitetada durante o governo de Bolsonaro. Parte desse material veio à tona recentemente, incluindo vídeos de reuniões ministeriais que evidenciam a dinâmica golpista apontada pela PF, além de mensagens de Braga Netto instigando militares a aderirem ao golpe e insultando aqueles que se recusaram a participar.

Segundo fontes envolvidas nas investigações, a situação de Braga Netto é considerada a mais delicada entre os militares investigados, seguida por Paulo Sérgio Nogueira. O risco de prisão ainda não está descartado para ambos.

Entre os ministros do STF, há uma convicção de que, se Paulo Sérgio Nogueira estivesse no comando do Exército quando Bolsonaro foi derrotado por Lula, o general teria atuado para que a Força Militar apoiasse a tentativa de golpe.

Durante o período em que comandava o Exército, quem ocupava o cargo era o general Freire Gomes. Braga Netto, que ainda estaria na chapa de Bolsonaro como vice-candidato à Presidência, teria se referido a Gomes como “cagão” por não aderir ao golpe, conforme revelaram as mensagens analisadas durante as investigações.

Na última sexta, em entrevista ao Jornal da Record, o ex-presidente negou a intenção de golpe, contrariando as gravações da reunião que tramava as ideias golpistas. “Esse termo golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito… Olha é um crime falar disso ai”, disse Bolsonaro para se esquivar das acusações.

Fugindo dos crimes, o líder da extrema-direita promoveu novos ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, responsável pela Operação Tempus Veritatis, afirmando que o magistrado teria “prazer” em vê-lo “numa pior”. “Até você [repórter da Record] pode ser preso. Não tem mais Estado Democrático de Direito no Brasil. Não existe. Não existe”.

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