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Racional, o mercado rejeita as loucuras bolsonarianas. Por Fábio de Oliveira Ribeiro

Jair Bolsonaro (foto: Evaristo Sá/AFP)

PUBLICADO NO GGN

POR FÁBIO DE OLVIEIRA RIBEIRO

Nos últimos dias o presidente voltou a adotar um comportamento errático. Ele estimulou as pessoas a participar da manifestação nazifascista do dia 15 de março de 2020 em favor do fechamento do Congresso e do STF. Depois ele disse que não fez isso.
Em razão da suspeita de contaminação de coronavírus ele fez um teste. Um dos filhos dele confirmou que o resultado do exame foi positivo. Pouco depois, Jair Bolsonaro desmentiu a imprensa afirmando que não está doente. Antes disso ele fez um vídeo no Facebook usando máscara como se estivesse doente.
A falta de seriedade e de coerência do presidente brasileiro assusta os investidores. Eles já começaram a fugir do Brasil. Nenhuma reforma será capaz de surtir efeito enquanto Bolsonaro continuar dando sinais contraditórios e/ou ambíguos. De fato isso já vem acontecendo desde antes da posse dele.
Quem governa o Brasil? Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro ou os robôs da familícia que agridem jornalistas e conduzem campanhas de ódio na internet?
O circo pode até ganhar uma eleição. Mas ninguém será capaz de governar um país continental usando técnicas circenses. Desde que utilizada de maneira calculada por uma pessoa sã, a loucura pode ser um método útil. Mas a loucura de um homem descontrolado não tem utilidade como método de governança.
Desde que foi expulso do Exército, Bolsonaro é um homem sem objetivo definido. Impedido de viver como militar ele se mostrou incapaz de se adaptar à vida de cidadão comum. O que ele fez foi começar a defender a militarização da vida cotidiana. Em algum momento ele parece ter se reencontrado na política porque é possível enganar alguns durante muito tempo.
A vitória de Jair Bolsonaro na eleição presidencial foi um acidente histórico. Desde a posse dele nosso país está rapidamente ficando desgovernado, pois não é possível enganar todo mundo o tempo todo.
A tragédia pessoal do mito está se transformando numa catástrofe nacional. Portanto, a loucura dele deixou de ser uma questão privada. Ela é o assunto público mais relevante no momento. Tudo mais depende do que for feito em relação à esse assunto.Esse cidadão não deveria ter disputado a presidência. Vitorioso ele não poderia ter sido empossado. No cargo ele não tem mais condições de ficar. O afastamento de Bolsonaro é inevitável e já teria que ter sido decidido há mais de seis meses.
Diario do Centro do Mundo

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