Refugiado nos EUA, Carlos Bolsonaro despacha de forma irregular na Câmara de Vereadores do Rio

Carluxo está em vias de usar um expediente legal criado para favorecer vereadores cariocas presos ou condenados à cadeia

Atualizado em 13 de fevereiro de 2023 às 20:48
Carlos está com o pai no exterior e continua despachando de forma irregular na Câmara de Vereadores do Rio

Nos Estados Unidos, onde se mantém refugiado com o pai desde dezembro passado, Carlos Bolsonaro despacha de forma irregular na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde exerce o cargo de vereador.

Junto com cinco parlamentares, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro subscreveu um documento, publicado no Diário Oficial desta segunda, dia 13, indicando o vereador Inaldo Silva, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, comandada por Edir Macedo, para assumir a liderança da bancada do Republicanos.

Carluxo integra o despacho com o próprio Inaldo Silva, Tânia Bastos, João Mendes de Jesus, Ulisses Martins e o vereador Zico.

Pelo Regimento Interno da Câmara, o documento ficará sem pelo menos uma assinatura, já que o Zero Dois não se encontra no país.

Copia da publicação do despacho irregular de Carluxo no Diário Oficial do Rio de Janeiro nesta segunda, dia 13 de fevereiro

Isso é o que menos interessa a Carlos Bolsonaro, que vem aproveitando os atalhos obtidos desde a pandemia para mitigar ausências e imoralidades que vem cometendo na função parlamentar.

Nem sinal de que vai retornar ao trabalho

Ainda nesta segunda, Carlo Caiado, presidente da Câmara, emitiu um comunicado informando os colegas sobre o retorno das atividades após o recesso.

A sessão ordinária para a abertura do ano legislativo de 2023 está agendada para quarta, dia 15, às 14 horas. A sessão será presencial, com exceção aos vereadores maiores de 60 anos a quem é dado o direito de marcar presença de forma online.

Carlos Bolsonaro não deve comparecer, pois até agora não deu sinal de que pretende deixar os Estados Unidos.

O que se espera é que utilize uma brecha do Regimento Interno para uma manobra legal, mas imoral até para os padrões do parlamento carioca.

Neste caso, Carluxo vai usar um recurso que já usou no ano passado, durante o processo eleitoral, e que foi criado de forma inédita na Câmara do Rio de Janeiro para favorecer vereadores que eventualmente estão presos ou em vias de ir para a cadeia: uma licença não remunerada de 120 dias, em que deixa de receber salários, mas mantém as benesses do cargo e ainda impede a posse do suplente.

A segunda opção de Carlos Bolsonaro, caso queira se manter no estrangeiro, é não comparecer à sessão e ficar com falta.

Se isso ocorrer, no entender de especialistas da Casa, é sinal de que ele está planejando retornar ao Brasil junto com o ex-capitão após o Carnaval.

É que o número de faltas permitido aos vereadores tem prazo aproximado de 30 dias. Após isso, o suplente é imediatamente empossado.

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