Repórter da Reuters foi morto em ataque de tanque israelense, revela relatório da ONU

Atualizado em 13 de março de 2024 às 17:31
Repórter da Reuters, Issam Abdallah. Foto: Divulgação

No Líbano, em outubro do ano passado, um repórter da agência de notícias britânica Reuters, Issam Abdallah, foi fatalmente atingido por um tanque israelense, segundo uma investigação recente da Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), o tanque Merkava israelense disparou dois projéteis de 120 mm contra um grupo de “jornalistas claramente identificáveis”, violando a lei internacional.

A Unifil relatou que o tanque israelense abriu fogo contra o Líbano após um intervalo de 40 minutos sem atividade de tiro. O incidente ocorreu sem trocas de tiros através da Linha Azul, a demarcação entre Israel e o Hezbollah, no Líbano, monitorada pelas forças de paz da ONU desde 2006.

Além do repórter, os disparos do tanque também feriram outros seis jornalistas presentes no local. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Nir Dinar, afirmou que as Forças de Defesa de Israel responderam a um ataque do Hezbollah perto da comunidade israelense de Hanita e lamentaram qualquer ferimento em pessoas não envolvidas, incluindo jornalistas.

Pessoas se manifestando sobre a morte do repórter Issam Abdallah. Foto: Divulgação

A Unifil enviou uma equipe para examinar o local do incidente e recebeu contribuições das Forças Armadas libanesas e de testemunhas oculares. O relatório da Unifil, enviado à ONU e compartilhado com as Forças Armadas libanesas e israelenses, pede uma investigação completa por parte das Forças de Defesa de Israel e uma revisão de seus procedimentos para evitar incidentes semelhantes no futuro.

A Reuters conduziu sua própria investigação, revelando que sete jornalistas foram atingidos por tiros de tanque a uma distância de 1,34 km em Israel. As Forças de Defesa de Israel afirmaram que o incidente estava sendo investigado, mas ainda não publicaram suas conclusões.

A Unifil solicitou assistência das Forças de Defesa de Israel, que responderam com uma carta, mas não responderam ao questionário enviado. A notícia sobre o incidente está incluída nos relatórios regulares do secretário-geral da ONU sobre a implementação da resolução 1701 do Conselho de Segurança, que monitora a situação na região.