O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), levou à Câmara Municipal um projeto base do reajuste do cálculo do IPTU. A proposta tem intenção de aumentar o imposto para os mais pobres e reduzir para os mais ricos.
O PL pretende reajustar em quase 90% o valor do metro quadrado dos imóveis das famílias mais pobres, geralmente com até 80 metros quadrados e no máximo dois quartos. Pela proposta, o valor do metro quadrado de casas de apenas um pavimento, com acabamento interno simples e sem acabamento externo na periferia, vai passar de R$ 612 para R$ 1.159 se o texto for aprovado como está.
Valores um pouco menores, mas igualmente exorbitantes, serão aplicados para casas térreas e sobrados no centro expandido e na região central da cidade. Nesta terça (19), o texto foi aprovado em primeira votação, mas deve ainda ser votado em segundo turno.
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Presidente da Comissão de Finanças da Câmara detona projeto de Nunes
Para o presidente da Comissão de Finanças da Câmara Municipal, vereador Jair Tatto (PT), o projeto tem uma “grande distorção” e precisa ser modificado. Com informações do Brasil de Fato.
“O prefeito Ricardo Nunes mandou um projeto da correção da planta genérica de valores para o próximo ano, considerando de uma maneira muito abrupta, em que eleva o valor do IPTU para os mais pobres e diminui o valor do IPTU para os mais ricos. Ou seja, essa é a grande distorção desse projeto de lei mandado pelo Executivo. Os mais pobres pagarão mais e os mais ricos pagarão menos. Nós da Comissão de Finança e Orçamento votaremos para que esse projeto não passe da forma com que o prefeito Ricardo Nunes mandou”, argumenta o presidente.
Há duas semanas, Nunes declarou que iria revisar os valores colocados no projeto. Mas o presidente da Comissão de Finanças revela que o projeto não sofreu qualquer mudança antes de chegar no colegiado.
“O prefeito mentiu, essa é a palavra chave. Ele disse que faria a correção pela inflação de maneira linear. Para nossa surpresa, mandou o PL da revisão da planta genérica de valores com distorções que chegam a 80%. E nós compreendemos que a prefeitura está com uma montanha de dinheiro no caixa, então não podia onerar o munícipe dessa forma”, acusa Tatto.