Ronnie Lessa recuperou moto e arma de Bolsonaro roubadas em 1995

Atualizado em 26 de julho de 2023 às 14:31
Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos em Marielle Franco, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Apontado como autor dos disparos contra Marielle Franco, o ex-policial militar Ronnie Lessa foi o responsável por recuperar a moto e a arma do então deputado Jair Bolsonaro, que foram levados em um assalto em 1995. Na ocasião, ele foi rendido por dois criminosos e entregou uma motocicleta modelo XLX 350 e uma pistola Glock calibre 380. A informação é da coluna de Juliana Dal Piva no UOL.

Segundo o ativista de direitos humanos Wanderley Cunha, conhecido como “Deley de Acari”, os pertences de Bolsonaro só foram recuperados porque um traficante em Acari soube do assalto e descobriu que os itens estavam no local. Jorge Luís, então chefe do tráfico na favela, o procurou para devolver a moto e a arma.

“Ele temia que, com a visibilidade que teve a matéria no jornal na região, da TV, se descobrisse que a moto e a pistola tinham ido parar na favela e houvesse uma ocupação do Exército. A moto foi oferecida para ele pelo rapaz que roubou e ele não tinha interesse porque era uma moto velha, com pneu careca”, relata.

Ele resolveu entrar em contato com o 9º Batalhão da Polícia Militar e com o gabinete da então vereadora Rogéria Bolsonaro, à época esposa do deputado, para negociar a devolução. O traficante posteriormente foi preso e encontrado morto dentro da cela em uma delegacia do Rio, para onde foi transferido.

Lessa foi o responsável por levar a moto na casa de Bolsonaro na Vila Isabel. À época, ele era soldado do Bope. “A informação dada por ele é que o cabo Lessa teria levado a moto, entregue a moto na casa de Bolsonaro na rua Torres Homem”, conta Deley.

Lessa voltou a se cruzar com Bolsonaro posteriormente. Eles eram vizinhos no condomínio Vivendas da Barra e o ex-PM relatou que teve ajuda de Bolsonaro durante um tratamento médico para colocar uma prótese em 2009, quando perdeu uma perna em um atentado. Lessa foi atendido pela ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação), da qual Bolsonaro era patrono.

“A ABBR tem um convênio não é com o Ronnie Lessa, com o Jair Bolsonaro, não. É com a polícia, tanto com a Polícia Civil como a Polícia Militar. Todos têm que ir pra lá. E o Bolsonaro por si só, como é palanque para ele, é uma questão. Ele gosta de ajudar a polícia porque na verdade é quem botou ele no poder. Então, se ele sabe de uma pessoa, ele vai interferir. Mas, na verdade, ele não estava ajudando o Ronnie, ele estava ajudando um policial que perdeu a perna”, contou Lessa em entrevista à revista Veja em março de 2022.

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