“É de conhecimento público e notório, instituição financeira não é entidade filantrópica”, é o que diz o processo contra Rubens Alberto Gatti Nunes, coordenador nacional do MBL.
No entanto, Rubinho Nunes (como é conhecido) não parece ter conhecimento do funcionamento delas e foi condenado pela justiça em São Paulo, em 2019, por dar calote em banco.
Atual secretário parlamentar do gabinete de Kim Kataguiri na Câmara dos Deputados e ex-candidato a prefeito de Vinhedo, Rubinho foi condenado a pagar ao Bradesco a quantia de R$ 15.790,00. Esse valor foi liberado pelo banco a fim de cobrir o saldo negativo da conta do secretário.
“Se houve a concessão de valor em favor da parte requerida [Rubinho], esta deve restituí-lo, sob pena de enriquecimento ilícito”, é o que diz o processo.
Segundo o documento, o secretário expressamente contratou o limite de crédito e o cheque especial do banco.
Porém, o salário de Rubinho seria o suficiente para pagar rapidamente a dívida do Bradesco.
Segundo o site da Câmara dos Deputados, ele recebe atualmente R$ 12.354,01 de remuneração após descontos obrigatórios. Sem contar o que recebe como advogado e sua gratificação natalina.
Movimento Brasil Livre de Caloteiros:
Mas essa prática é comum para o MBL.
O movimento deu calote em seus financiadores cancelando presença em protesto.
Talvez a pretensão de Rubinho seja superar seu amigo Renan, também coordenador, que em 2016 possuía R$4,9 milhões em dívidas e mais de 60 processos na Justiça.
Ou então, ele se inspire em Alexandre Henrique, que deu calote em faculdade e fugiu da Justiça.
Privilégios:
No fim do ano passado, Rubinho entrou com um pedido de ação popular para suspender bônus natalino na Alesp. Ele alegou que “é impensável torrar R$10 milhões em bônus de R$3.100,00 pra cada funcionário enquanto o trabalhador mal ganha um salário mínimo”.
Ingressei com uma ação popular contra a ALESP para barrar com a farra do natal. É impensável torrar R$10 milhões em bônus de R$3.100,00 pra cada funcionário enquanto o trabalhador mal ganha um salário mínimo.https://t.co/ar4uPRYsdS
— Rubinho Nunes (@RubinhoNunesMBL) December 14, 2019
A Justiça suspendeu o bônus, o trabalhador continuou com seu mísero salário e Rubinho recebeu gratificação natalina de R$4.245,44 da Câmara dos Deputados.
O MBL:
O MBL surgiu em 2014 com uma bandeira liberal e foi o principal semeador do antipetismo.
Seu manifesto inicial pregava por imprensa livre e imparcial, liberdade econômica, separação de poderes, eleições livres e fim de subsídios para ditaduras, mas seu maior trunfo foi encabeçar o golpe que destituiu Dilma do poder.
O movimento político surgiu e cresceu na internet, angariando membros e dinheiro, até sair dela e se infiltrar na política – primeiro nas ruas e depois no Estado.
Em 2016, o movimento teve 45 candidatos às eleições e em 2018, 16.
Hoje, o MBL perde relevância e caminha para um ‘límbo’, segundo o cientista político Lucas de Aragão.
Ainda tentam fazer mea culpa, mas o que resta é saudade do dólar a menos de R$ 3, na época em que a narrativa do ‘é só tirar a Dilma’ movia o cenário político.
E não para!Dólar a R$3,129http://economia.estadao.com.br/noticias/mercados,crise-politica-faz-dolar-fechar-em-forte-alta-cotado-a-r-3-12,1647170
Posted by MBL – Movimento Brasil Livre on Monday, March 9, 2015
Rubinho Nunes foi procurado pelo DCM, mas não respondeu à solicitação de entrevista.