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Rússia e EUA aceitam propostas do Brasil sobre guerra na Ucrânia

O ministro das Relações Exteriores, o chanceler Mauro Vieira
Foto: Reprodução/Fayez Nureldine/AFP

O Itamaraty convenceu a Rússia e os Estados Unidos a aceitarem as propostas do Brasil em relação à guerra na Ucrânia. O chanceler Mauro Vieira se reuniu com ministros das Relações Exteriores do G-20, em Nova Déli, na Índia, para explicar o posicionamento do país e sua tentativa de intermediar o conflito.

Em reuniões bilaterais com mais de 15 ministros de outros países, entre eles o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, o chanceler russo Sergei Lavrov e o ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, as autoridades russas e americanas, apesar de não concordarem totalmente com o posicionamento do Brasil, disseram a Vieira que compreenderam a proposta.

Na semana passada, o Brasil votou contra a invasão russa na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, também negou-se a vender munição para a Ucrânia usar nos tanques alemães que estão sendo enviados ao país para se defender da invasão feita pelo Kremlin.

Reunião emergencial da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) que aprovou resolução em favor da paz na Ucrânia Foto: Reprodução/Timothy Clary/AFP

O Brasil foi o único país dos BRICS votar a favor da retirada de tropas russas da Ucrânia na Assembleia-Geral da ONU, que aprovou nesta quinta (23) uma resolução que condena as “nefastas consequências humanitárias” da invasão. O texto teve 141 votos a favor, 7 contra e 33 abstenções.

Segundo o jornalista Américo Martins, da CNN, a reação das duas potências à posição do Brasil foi muito positiva, em especial, considerando o cenário de grandes divergências que o encontro do G-20 revelou. Os países não concordaram na divulgação de um texto de comunicado conjunto.

Os países ocidentais do grupo, que possuem as nações mais ricas do mundo, queriam que o comunicado condenasse a invasão russa. Mas os governos da Rússia e da China resistiram à proposta. Os russos queriam ainda a inclusão de uma condenação a possíveis atos de sabotagem contra os canais que levam gás do país para consumidores na Europa.

Desde o início da guerra, foi a primeira vez em que Lavrov e Blinken, mesmo que rapidamente, acabaram se encontrando. Os dois apenas reafirmaram suas posições e preferiram não se envolver em nenhuma negociação. O aceite do posicionamento brasileiro não foi confirmado publicamente pelas autoridades.

Segundo o Itamaraty, Vieira deve voltar ao Brasil com muitos detalhes dos posicionamentos de todos os países do G-20. Por ora, isso vai ajudar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a definir em mais detalhes o seu plano para tentar ajudar a mediar o conflito europeu.

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Kaique Moraes

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