Os três bolsonaristas acusados de hostilizar e agredir o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já prestaram depoimento para a Polícia Federal (PF) de Piracicaba, no interior de São Paulo. Com informações do Estadão.
Na noite da última sexta-feira (14), o magistrado foi abordado pelo grupo no Aeroporto Internacional de Roma. Na ocasião, Andreia Munarão chamou Moraes de “bandido, comunista e comprado”.
O marido da bolsonarista, o empresário Roberto Mantovani Filho, reforçou os xingamentos e agrediu fisicamente o filho do ministro, o advogado Alexandre Barci de Moraes. O corretor de imóveis Alex Zanatta Bignotto, genro do casal, também proferiu palavras de baixo calão ao magistrado.
O advogado da família, Ralph Tórtima Filho, traçou uma linha de defesa que qualifica o episódio como “um mal-entendido”.
O primeiro depoimento do dia foi do empresário. Segundo o advogado, Mantovani admitiu que houve um “entrevero”, ou seja, uma confusão que envolveu várias pessoas com o filho de Moraes.
Ralph Tórtima disse que o início da briga não teria sido motivado por questões políticas. Segundo a defesa, o tumulto se iniciou por causa de uma disputa por espaço na sala VIP do aeroporto.
O casal bolsonarista não teria conseguido entrar pela falta de cadeiras disponíveis e se irritaram ao ver Moraes e a sua família no local. “Para político tem lugar, para gente com criança, com idoso não tem”, teria dito Andreia.
Ao ser procurado pelo Estadão, Mantovani disse que o ocorrido com a família do ministro “não foi nada extraordinário”. O empresário ainda afirmou que a confusão envolveu mais pessoas, mas que ele “pagou o pato” após o fim do tumulto.
“Houve ali uma pequena confusão de alguns brasileiros, alguns foram embora e quem pagou o pato fomos nós, mas tudo bem, a gente tem que aguardar”, alegou.
Em nota divulgada no último domingo (16), Andreia e Roberto afirmaram que foram confundidos com outros brasileiros que haviam de fato agredido o ministro do STF. O casal bolsonarista ainda alegou que as ofensas teriam sido proferidas por outra pessoa, e não por Andreia, que teria sido atacada por duas pessoas que acompanhavam Moraes na viagem.
Em seu depoimento, na manhã de domingo, Zanatta disse à PF que “não participou do início do problema, da discussão”. De acordo com o advogado, o corretor de imóveis “foi chamado quando a situação praticamente já estava contornada, resolvida” e não agrediu ou ofendeu ninguém.