Camilo Santana, ministro da Educação, encontrou uma sala secreta na sede de sua pasta em Brasília. Ele descobriu que o espaço, que fica ao lado de seu gabinete, era utilizado por servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação é da coluna de Igor Gadelha no Metrópoles.
A sala fica no oitavo andar do prédio do Ministério da Educação e foi descoberta por Camilo logo após assumir o cargo, em janeiro de 2023. Segundo aliados, ele foi informado posteriormente por funcionários do MEC que a sala abrigava os servidores da Abin na gestão Bolsonaro.
A Abin não se manifestou oficialmente sobre o assunto, mas fontes da agência afirmam nos bastidores que desconhecem o espaço no MEC. Um servidor ligado ao órgão alega que desde 2019 não há servidores cedidos para o ministério.
A Polícia Federal apura um esquema de espionagem ilegal promovido pela agência com o programa israelense FirstMile. O software teria sido usado, segundo investigadores, para monitorar adversários políticos do ex-presidente durante a gestão Bolsonaro.
A corporação descobriu que, além do programa espião, a Abin também utilizou outros equipamentos, como microfones, câmeras escondidas, drones e malwares (softwares projetados para infiltrar dispositivos e roubar dados ou causar danos e falhas no sistema).
Uma das pessoas monitoradas pela Abin foi justamente Camilo Santana, então governador do Ceará em 2021. Na ocasião, segundo a PF, um drone foi flagrado sobrevoando sua residência.