Saldo comercial aumenta mais de 50% e sai de US$ 62 bi para perto de US$ 100 bi

Atualizado em 10 de dezembro de 2023 às 10:16
Porto de Santos, o principal do Brasil. Foto: reprodução

Em 2023 o Brasil obteve um aumento de mais de 50% no superávit da balança comercial, atingindo US$ 62 bilhões em 2022 e com projeção de se aproximar dos US$ 100 bilhões este ano.

Em sua coluna no jornal O Globo, a jornalista Míriam Leitão questionou dois economistas se o ano de 2024 será considerado um fracasso se não repetir o desempenho deste ano e se será possível manter nos próximos anos a tendência de o comércio exterior ser um dos motores do crescimento econômico.

Mansueto Almeida, ex-secretário do Tesouro, prevê que, apesar da queda esperada para o próximo ano, o superávit continuará alto. Já José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Comércio Exterior da MB Associados, acredita que a manutenção dos expressivos saldos comerciais pode perdurar por vários anos.

O êxito no comércio é, evidentemente, impulsionado pelas commodities, mas há indícios de uma evolução nesse cenário. Mendonça de Barros destaca que o aumento do saldo não é um evento casual, atribuindo parte desse sucesso à supersafra.

Veja soja
Produção de soja em MT. Foto: Reprodução

No entanto, as empresas têm investido em tecnologia, agregando maior valor aos produtos exportados pelo Brasil, tanto na área agrícola quanto na mineral. Além disso, a energia mais limpa no país pode conferir uma vantagem na descarbonização de produtos exportados, tornando-os mais atrativos.

Embora haja obstáculos imediatos, como o impacto do El Niño na safra, os economistas ressaltam que, mesmo com essa influência climática, a produção agrícola permanecerá substancial, sendo a segunda maior da história.

O efeito positivo da abundância na safra e no saldo comercial reflete-se na queda da inflação e do câmbio ao longo do ano.

Contudo, para manter essa força na economia brasileira, é necessário adotar uma visão de longo prazo e uma estratégia sólida. A exportação de commodities precisa evoluir para produtos mais sofisticados e com maior valor agregado, enquanto a produção deve ser sustentável, evitando impactos sociais e ambientais negativos.

O agronegócio, além de modernizar sua produção, precisa alinhar-se a valores atualizados, reconhecendo a importância da sustentabilidade em todos os aspectos econômicos e ecológicos.

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