Na semana passada foi revelado pela Crusoé que o Ministério Público paulista descobriu transações milionárias na conta de Ricardo Salles entre 2014 e 2017: foram R$ 2,75 milhões da conta de seu escritório de advocacia para sua conta pessoal.
Neste período, o atual ministro do Meio Ambiente foi secretário particular de Geraldo Alckmin, secretário do Meio Ambiente em São Paulo e advogou para a empresa de construção civil Bueno Netto por 20 meses: ele representou o Parque Global, um megaempreendimento milionário da empresa que foi embargado em razão de questionamento de licença ambiental.
Sua atuação na empresa permitiu que comprasse um duplex no Jardins e um iate.
Mas, antes disso, como secretário de Alckmin, Salles teria coagido um perito para mudar um laudo que seria prejudicial à Bueno Netto, segundo denúncia que gerou um inquérito no Ministério Público de São Paulo para apurar possível improbidade.
Mas a parceria entre Salles e a Bueno Netto surgiu um pouco antes. Ele e a filha do dono da empresa, Patrícia Bueno Netto, atuaram juntos no movimento Endireita Brasil.
Vale lembrar do dedinho de Jorge Feffer no movimento.
Valéria Andrade, que, segundo Daniela Schwery, é paga por Jorge Feffer, assinava postagens do grupo nas redes sociais:
É notório, ainda, que Ricardo Salles foi condenado por fraude ambiental por favorecer justamente a empresa de Feffer: a Suzano.
Patrícia Bueno:
A filha do empresário responsável pela Bueno Netto parece ser um tanto governista.
Já foi flagrada com roupas da CUT, passou a apoiar Temer após o golpe contra Dilma e não demorou para se aproximar de Bolsonaro (fotos abaixo).
Durante a campanha eleitoral, comemorou possibilidade de ter Janaina Paschoal como candidata a vice-presidente.
A atual deputada estadual é sua amiga e chegaram a dividir quarto durante a campanha pelo impeachment.
Mesmo que Janaina tenha recusado o convite de Bolsonaro, Patrícia não ficou na mão.
No mesmo dia em que Bolsonaro anunciou que Ricardo Salles seria o ministro do Meio Ambiente, Patrícia comemorou em seu Facebook:
“ENDIREITA MEIO AMBIENTE. Ricardo Salles ministro!” (sic).
Cerca de quatro meses depois, o já citado megaempreendimento milionário que teve suas obras suspensas por questionamento de licença ambiental, o Parque Global, foi retomado.
A obra foi embargada por 5 anos, inclusive enquanto Ricardo Salles advogava por ela.
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