‘São 56 anos de apartheid’, diz político palestino ao explicar as ações do Hamas

Atualizado em 9 de outubro de 2023 às 21:14
Mustafa Barghouti falando para a câmera
Mustafa Barghouti, secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, em entrevista à CNN – Reprodução

Mustafa Barghouti, secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, um partido político local, concedeu uma entrevista à CNN e falou sobre as ações do Hamas e o apartheid imposto aos palestinos pelo governo israelense. Para o ativista, os ataques são resultado da “ocupação mais longa da história”.

Fareed Zakaria, condutor da conversa, esclareceu que o convidado é ex-ministro da informação do governo palestino, que controla partes da Cisjordânia, e não Gaza, explicando que ele não tem qualquer relação com o grupo extremista.

Perguntado sobre qual sua reação diante do que viu até agora, Barghouti explicou que não faz parte da Autoridade Palestina e começou a expor sua opinião: “Essa situação, que chegou a esse ponto, é um resultado direto da continuidade da ocupação mais longa da história moderna”.

“A ocupação israelense do território palestino desde 1967. Isso é, 56 anos de ocupação, que se transformou em um sistema de apartheid. Um apartheid ainda pior do que o que vigorou na África do Sul”, pontuou.

O entrevistado disse que talvez o Hamas não tenha reconhecido Israel, mas a OLP e a Autoridade Palestina, sim. “O que eles conseguiram com isso? Nada. Desde 2014, o governo israelense nem sequer se reuniu com os palestinos. E o que nós vemos hoje é uma reação a várias coisas”, lembrou.

“Primeiramente, ataques terroristas dos colonos contra os palestinos na Cisjordânia, que resultaram na expulsão de 20 comunidades em um ato de limpeza étnica”, iniciou, emendando com a lembrança sobre assassinatos, ataques contra locais sagrados para mulçumanos e cristãos e uma declaração de Benjamin Netanyahu, que prometeu liquidar direitos e causas dos palestinos por meio da “normalização” dos países árabes.

O ativista disse que era óbvio que os palestinos aderissem à resistência depois que Netanyahu anunciou que iria anexar os territórios ocupados: “Porque eles percebem que essa é a única maneira de lutar pelos seus direitos”.

Barghouti destacou que não se deve desumanizar os palestinos e rotulá-los como terroristas e, sim, de se fazer uma pergunta: “Por que os Estados Unidos apoiam a Ucrânia na sua luta contra o que eles chamam de ocupação ao mesmo tempo em que aqui eles apoiam o invasor que continua ocupando nosso território?”.

Confira a entrevista:

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link