Jair Bolsonaro liberou a entrada de Élcio Queiroz, delator no caso Marielle Franco, no condomínio Vivendas da Barra em 2018, segundo o porteiro do local. O ex-policial militar esteve na região ao menos 12 vezes entre janeiro e outubro daquele ano.
Em 2019, o porteiro do condomínio afirmou à Polícia Federal que Élcio foi à casa de Bolsonaro e teve sua entrada autorizada por um homem identificado como “seu Jair”. Na ocasião, no entanto, o ex-presidente estava em Brasília participando de uma sessão na Câmara dos Deputados.
Posteriormente foi descoberto que Élcio disse que iria na casa de Bolsonaro na portaria, mas se dirigiu, na verdade, à casa de Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos em Marielle. A PF abriu uma investigação após a menção ao então presidente da República.
O porteiro voltou atrás em sua versão e, mais tarde, alegou que havia feito uma anotação errada no caderno de registros, escrevendo o número 58, casa de Jair, em vez de 66, onde morava Lessa.
O então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pediu que a PF e a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigassem o depoimento do porteiro. A procuradora do Ministério Público Simone Sibilio hefe do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) disse que ele teria mentido em seu depoimento e que a autorização para entrada de Élcio no condomínio teria sido feita por Lessa.
O porteiro prestou dois depoimentos, nos dias 7 e 9 de outubro de 2019. “O porteiro mentiu, e isso está provado por prova técnica”, afirmou Simone Sibilio na ocasião.