Silva e Luna chora e detalha histórico de pressões de Bolsonaro para intervir na Petrobras

Atualizado em 1 de abril de 2022 às 9:37
Jair Bolsonaro e Joaquim Silva e Luna
Jair Bolsonaro e Joaquim Silva e Luna

Em entrevista à Veja, o general Joaquim Silva e Luna chorou ao falar sobre sua demissão do cargo de presidente da Petrobras por Jair Bolsonaro (PL). Segundo a revista, o militar ficou muito chateado com o “processo de fritura que considera desrespeitoso à sua biografia”.

“Quando fala sobre isso seus olhos se enchem de lágrimas e a voz lhe foge”, dizem os repórteres Victor Irajá e Felipe Mendes, a quem Silva detalha o histórico de pressões por parte do chefe do Executivo para intervir na estatal.

“Tem coisas para mim que são sagradas, e a mais importante é minha biografia. Quero minha reputação íntegra, para quem quiser olhar. Não aceito que ninguém jogue pedra nisso aqui e, por consequência, na própria empresa”, afirma o general.

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“Pressões de Bolsonaro sempre foram crescentes”, diz Silva e Luna

Joaquim Silva e Luna
O general Joaquim Silva e Luna, demitido da Petrobras por Bolsonaro

De acordo com Silva e Luna, as pressões de Bolsonaro para controlar a política de preços da empresa “sempre foram crescentes”. Ele, no entanto, destaca que “foram todas absorvidas, nunca cedidas”.

“Essas resistências foram crescendo, foram feitas algumas sinalizações públicas. Mas eu não abandonaria o campo de batalha. Não me senti surpreendido com o desfecho. A forma me surpreendeu um pouco”, declara.

O militar ainda reclama de não ter recebido, ao menos, um telefonema de Bolsonaro. “A atitude poderia ter sido diferente. Que tivesse me sido prestado um contato telefônico dizendo: ‘Olha, precisamos do seu cargo’. É coisa simples. Poderia ter sido de forma mais respeitosa”, diz.

 

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