Silvinei Vasques e mais 7 são denunciados por compra de viaturas “inservíveis” para PRF

Atualizado em 21 de março de 2024 às 16:51
Ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) moveu uma ação penal contra o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques e o ex-CEO da Combat Armor Defense Maurício Junot, além de mais seis pessoas, por fraude na aquisição de 15 caveirões pela PRF que foram considerados “inservíveis”.

“Na noite de ontem, o MPF ajuizou ação penal. Foram denunciados Silvinei Vasques, Maurício Junot, ex-CEO da empresa Combat, entre outros. Foram denunciados por crimes de fraudes licitatórias”, afirmou o procurador Eduardo Benones.

Banones também explicou que medidas cautelares judiciais e análises de dados embasaram a primeira fase da Operação Mega Therion. Segundo o G1, as penas podem chegar a 51 anos de reclusão para agentes públicos e 38 anos para civis. O procurador solicitou a prisão preventiva de Maurício Junot, que está sendo procurado pela Interpol.

“Testes balísticos demonstraram que os 15 veículos adquiridos por R$ 13 milhões são inservíveis”, afirmou o representante do MPF. Ele revelou que órgãos públicos, inclusive a Justiça Federal, também contrataram veículos da empresa.

Benones ainda destacou a possível influência do bolsonarista nas aquisições: “Houve influência por parte dele em vários momentos. Até hoje não ficou muito clara a necessidade de se adquirir 15 caveirões e 60 outros veículos blindados.”

“Afastaram o caráter competitivo da licitação. Uma licitação só faz sentido se mantiver esse caráter. A gente demonstra que, em vários momentos, essa competitividade foi frustrada por vários atos feitos durante a licitação”, ressaltou Benones.

O MPF acredita que as negociações entre a PRF e a Combat Armor podem ter passado dos R$ 100 milhões — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

A investigação começou após reportagens, como a denúncia do Jornal Nacional, da TV Globo, sobre supostas irregularidades no processo licitatório. O Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF no Rio de Janeiro realizou inspeção na sede da Superintendência da PRF no estado, onde foram encontrados veículos blindados não utilizados por suposta inadequação técnica.

Em 2023, Vasques foi preso pela tentativa de interferência no segundo turno das eleições de 2022. Na ocasião, ele determinou que a PRF fizesse bloqueios em estradas pelo Brasil, mas o foco das operações foram em estados do Nordeste, onde Lula (PT) teria mais votos que Jair Bolsonaro (PL).

Na CPI do 8 de Janeiro, a investigação também encontrou imagens de apologia ao nazismo, fascismo e bolsonarismo no celular do ex-diretor-geral da PRF. Adolf Hitler, Benito Mussolini e Bolsonaro eram algumas das figuras idolatradas em fotos no aparelho dele.

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