“Situação tranquila”, disse Ibaneis a Dino durante ato terrorista em Brasília

Atualizado em 9 de fevereiro de 2023 às 23:56
O governador afastado do Distrito Federal, o advogado Ibaneis Rocha (MDB)
Foto: Reprodução

Durante o ataque terrorista de 8 de janeiro em Brasília, Ibaneis Rocha, governador afastado do Distrito Federal, afirmou que tinha identificado uma “situação tranquila”. Horas depois, no fim da tarde, ele cogitou chamar o Exército para ajudar a conter os golpistas. A informação é do g1.

Em mensagens extraídas pela Polícia Federal do celular de Ibaneis, a corporação identificou contatos com o delegado Fernando de Souza Oliveira, então secretário de segurança em exercício, e com Flávio Dino, ministro da Justiça.

Às 11h21 do dia, o então governador do DF encaminhou um relato do delegado a Dino dizendo que havia cerca de 2,5 mil pessoas na região. “Verificou-se chegada de mantimentos (alimentos,água, material de higiene) e instalação de diversas barracas de camping e lona”, afirmou Ibaneis, dizendo que identificou uma “situação tranquila”.

Ele também encaminhou uma mensagem de áudio de Fernando a Dino. Nela, o secretário diz: “Bom dia, governador! Passando pro senhor as últimas notícias…da madrugada e do início do dia…não houve nenhuma intercorrência relacionada aos manifestantes. Tudo bem tranquilo, eles estão lá no…a maioria no QG, mas de forma pacífica e tranquila”. Em resposta, o ministro afirmou: “Obrigado, amigo”.

Às 14h31, o governador afastado encaminhou um novo áudio do secretário a Dino. Na mensagem, Fernando afirmou: “Até agora nossa Inteligência está monitorando e não há nenhum informe de questão de agressividade ligada a esse tipo de comportamento. Então esse é o último informe pro senhor…Tem aproximadamente 150 ônibus já no DF, mas todo mundo de forma ordeira e pacífica”.

Cerca de duas horas depois, às 16h43, os terroristas haviam invadido os prédios e depredado instalações públicas. Ibaneis havia recebido uma ligação de Dino, mas não atendeu, e preferiu alertar Rosa Weber, ministra do Supremo Tribunal Federal(STF), que os golpistas estava invadindo o prédio do Congresso Nacional.

No horário, o então governador já havia recebido relatos do secretário sobre a gravidade da situação e escreveu para Dino: “Vamos precisar do Exército”.

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