Só faltava sexo no escândalo chinês. Agora não mais

Atualizado em 13 de junho de 2013 às 17:29
Madame Bo nos dias de glória

 

Poder. Sangue. Dinheiro.

Só faltava sexo para ser completa a história da qual resultou a abrupta e espetacular queda do casal que como que simbolizava a Nova China: Bo Xilao, integrante do círculo supremo do poder chinês e cotado para vôos ainda maiores em breve, e sua mulher, a atraente Gu Kailai, definida por um americano como a “Jackie Kennedy” da China.

Pois apareceu. (Escrevi há dois dias sobre este caso. Você pode ler aqui.)

Novas revelações sugerem que Madame Bo – conhecida pela beleza, inteligência e charme cosmopolita, e dona de uma carreira cintilante  como advogada em causas internacionais – mandou matar o empresário britânico Neil Heywood por razões de amor. Heywood, radicado na China, era sócio de Madame Bo – e aparentemente também amante. Vazou  que ela estaria pressionando Heywood a se divorciar de sua mulher chinesa, com quem teve dois filhos. Amigos britânicos de Heywood disseram que ele nos últimos meses de vida dizia estar se sentindo ameaçado.

Em novembro passado, seu corpo foi encontrado num hotel. A versão inicial para a morte foi excesso de bebida. Mas agora já se dá como certo na China que na verdade Heywood foi envenenado a mando de Madame Mao. Se for julgada culpada, ela vai provavelmente receber a sentença comum para homicídios na China: morte.

Quanto ao marido, suas perspectivas não parecem muito melhores.  A mídia chinesa começa a traçar um perfil em que Bo aparece como uma espécie de mistura de Berlusconi, no quesito mulheres jovens utilizadas com fins sexuais graças ao dinheiro e ao poder, e Calígula, na corrupção desenfreada e na avidez com que acumulou riqueza escusa.

Cada qual do seu jeito, Bo e sua mulher cumpriram um roteiro clássico dos ambiciosos sem limites: quiseram muito, tiveram muito – e vão terminar sem nada.