Sob Bolsonaro, processo de genocídio contra indígenas estava em curso, diz governo Lula na ONU

Atualizado em 27 de junho de 2023 às 7:50
Ex-presidente Bolsonaro e indígenas Yanomami. (Foto: Reprodução)

Nesta terça-feira (27), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que um processo de genocídio contra povos indígenas estava em curso durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As declarações ocorreram durante reunião do Comitê de Direitos Humanos da ONU.

Nesta semana, o órgão internacional com sede em Genebra realiza uma sabatina com o Brasil para examinar a situação de direitos humanos do país. Os peritos estrangeiros cobram respostas do governo para o que chamam de “questões estruturais e sistêmicas” em diversas áreas.

A situação calamitosa dos povos indígenas Yanomami, agravada nos últimos quatro anos, passou a ser inevitável no debate. Um dos destaques, durante a reunião, é a situação da pandemia da covid-19 no Brasil e a crise envolvendo os povos originários.

Situação dos povos Yanomami. (Foto: Reprodução)

Tania Maria Abdo Rocholl, presidente do Comitê, afirmou que as mortes pela covid-19 no país atingiram números “muito elevados”. Ela pediu que o governo explicasse se, durante a crise, houve alguma campanha para conscientizar a população sobre os riscos da pandemia e quais medidas foram tomadas para proteger grupos mais vulneráveis.

A especialista ainda afirmou que, de fato, diversas medidas que iam no sentido contrário foram tomadas sob a gestão de Bolsonaro. Durante toda a pandemia, o ex-capitão tratou a doença como uma “gripezinha”, além de impor pressão pela volta ao trabalho.

Em resposta, a delegação brasileira admitiu que a pandemia foi tratada com “negligência” e “negacionismo”, e que Bolsonaro não seguiu as recomendações internacionais para preservar a vida.

A delegação ainda foi enfática e apontou alguns erros tomados pela administração Bolsonaro, como a distribuição de máscaras lenta e insuficiente. Bolsonaro também insistia em disseminar e incentivar o uso dos kits de tratamento precoce, ineficazes contra a doença.

Por fim, o governo Lula concluiu que a administração do ex-presidente negou atendimento a indígenas em terras não demarcadas. O governo brasileiro ainda informou que, no caso do povo Yanomami, “estava em curso um processo de genocídio”. Segundo a delegação brasileira, “omissões” permitiram que as terras indígenas fossem invadidas por 30 mil garimpeiros e criminosos, agravando ainda mais a situação.

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