STF abre investigação contra Pazuello por mortes em Manaus na pandemia

Atualizado em 22 de março de 2024 às 13:34
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. Foto: reprodução

O ex-ministro da Saúde e atual deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) se vê envolvido em mais uma investigação, agora relacionada às mortes de pacientes por falta de oxigênio nos hospitais de Manaus durante o ápice da pandemia de Covid-19.

Além de ser citado na delação de Mauro Cid como um dos generais envolvidos em um plano de golpe de Estado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Pazuello agora deve enfrentar um julgamento direto no Supremo Tribunal Federal (STF).

A investigação sobre a tragédia em Manaus foi encaminhada ao ministro Gilmar Mendes, relator do inquérito que apura a negligência de Pazuello, Bolsonaro e outros aliados durante a pandemia.

De acordo com apurações do Ministério Público, 31 pessoas morreram por falta de oxigênio nos dias 14 e 15 de janeiro de 2021, quando o sistema de saúde local entrou em colapso.

Um documento da Advocacia-Geral da União (AGU) admitiu que a gestão Pazuello tinha conhecimento do “iminente colapso do sistema de saúde” do Amazonas dez dias antes da tragédia. Essa revelação acrescenta mais pressão sobre o ex-ministro da Saúde, cujas ações e omissões durante a crise sanitária continuam sob escrutínio.

Durante a pandemia, o ex-ministro foi escolhido por Bolsonaro por sua “expertise” em logística no Exército. Mas ao lidarem com críticas na gestão do grave problema de saúde que o Brasil enfrentava, Pazuello alegou que apenas seguia as ordens do ex-presidente, inclusive com afirmação de que “um manda e o outro obedece”.

Em 2021, durante a CPI da Covid-19, DCM conversou com Andréa Barbosa, ex-esposa de Pazuello, que prestaria depoimento no Congresso sobre a atuação do bolsonarista durante a crise sanitária.

Na ocasião, ela contou que “em plena pandemia, ele fez um jantar com Nise Yamaguchi, outras figuras defensoras da cloroquina”, no que ficou conhecido como o gabinete paralelo que atuava contra as recomendações da OMS no governo Bolsonaro.

Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link