Como o STF reagiu a ‘carta de pacificação’ de Bolsonaro

Atualizado em 9 de setembro de 2021 às 21:30
Luiz Fux e Jair Bolsonaro stf
Luiz Fux e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Os ministros do STF acompanharam atentamente a repercussão da ‘carta de pacificação’ de Bolsonaro. Os magistrados perceberam que o presidente ficou com medo. Mas reparou que a base bolsonarista não gostou do comportamento dele. O que indica que o chefe do Executivo pode voltar a radicalizar no futuro.

Conforme apurou o DCM, os ministros estavam seguros que não teria nenhum golpe. Isto porque a quantidade de pessoas nas ruas para defender o presidente era menor do que esperavam. A preocupação era só sobre a segurança deles e dos funcionários da instituição. Pois os bolsonaristas estavam violentos.

Após os atos antidemocráticos, os magistrados ficaram furiosos com os ataques do chefe do Executivo. Além das posições de Fux – presidente do STF – e Barroso – presidente do TSE – teve também recados internos. Os juízes da Cortes falaram para interlocutores que pegariam mais pesado. Não deu outra.

Zé Trovão passou a ser caçado, mesmo estando fora do país. Gilmar Mendes deixou claro que não iria mais conversar sobre os problemas das precatórias. Inclusive, os ministros estavam pouco amigáveis para conversar com pessoas ligadas ao governo.

Se a conversa não estava funcionando com Bolsonaro, a Corte precisou apelar. Houve pânico no Centrão ao não conseguirem ter diálogo com o Supremo. Parlamentares que ainda defendem o presidente conversaram com ele.

Informaram que queriam seguir no governo, mas que a situação estava insustentável. Isto porque eles também iriam ser alvos do Supremo. Pelo menos foi assim que entenderam. Uma guerra entre as três instituições, todo mundo sairia perdendo. Neste caso, era mais fácil se “livrar” do chefe do Executivo.

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Bolsonaro recua e STF comemora

O presidente percebeu que não tinha força minúscula na rua. Ele se surpreendeu com a pouca mobilização. Tanto que reclamou do público em Brasília. E sua base política começou a desmoronar. Ao conversar com Michel Temer, enxergou o óbvio: caso quisesse ficar no poder, teria que recuar. E assim fez.

Os ministros do Supremo comemoraram. Ganharam a batalha, só que sabem que a guerra não terminou. Os magistrados sabem que Bolsonaro irá aprontar cedo ou tarde. Mas, pelo menos, o clima de tensão ficará baixa por um tempo.