STJ quebra sigilos do governador bolsonarista Cláudio Castro

Atualizado em 20 de dezembro de 2023 às 15:51
Cláudio Castro (PL), governador do Rio. Foto: reprodução

Nesta quarta-feira (20), o ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou a quebra dos sigilos bancário e telefônico do governador bolsonarista do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), como parte da Operação Sétimo Mandamento. A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação para investigar possíveis fraudes em programas assistenciais do estado, com foco nos anos de 2017 a 2020.

Vinícius Sarciá Rocha, irmão de criação do governador bolsonarista e presidente do Conselho de Administração da Agerio (Agência Estadual de Fomento), foi mais um dos alvos de busca pela PF.

Durante a operação, foram apreendidos R$ 128 mil e US$ 7,5 mil (totalizando R$ 160 mil) em espécie na residência de Sarciá, alguns dos quais estavam em uma caixa de remédios.

O ministro Araújo expediu um total de 7 medidas de afastamento de sigilo bancário e fiscal, além de 6 medidas de afastamento de sigilo telemático, todas confirmadas pelo governo.

Vinícius Sarciá Rocha, irmão de criação do governador Cláudio Castro. Foto: Reprodução

A Operação Sétimo Mandamento, que busca desvendar possíveis irregularidades em programas assistenciais do estado, revelou pagamentos de vantagens ilícitas que variavam entre 5% e 25% dos valores dos contratos na área de assistência social, totalizando mais de R$ 70 milhões, segundo a PF.

Além de Vinícius Sarciá, foram alvos de buscas Astrid de Souza Brasil Nunes, subsecretária de Integração Sociogovernamental e de Projetos Especiais da Secretaria Estadual de Governo, e Allan Borges Nogueira, gestor de Governança Socioambiental da Cedae.

Enquanto Cláudio Castro não é alvo de buscas nesta quarta, está sob investigação. O governo confirmou as medidas cautelares, e a PF reforça que a organização criminosa atuou nos setores públicos assistenciais sociais do estado, fraudando licitações, contratos administrativos, desviando verbas públicas e pagando propinas aos envolvidos.

A Operação Sétimo Mandamento é um desdobramento da investigação da Operação Catarata, realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em 2020. A ação anterior apurava um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII, órgão estadual responsável por políticas de assistência social.

Revelações do delator Marcus Vinícius Azevedo da Silva, que afirmou financiar a campanha de Castro a vereador em 2016, levaram a investigações sobre o suposto envolvimento do governador em corrupção durante sua gestão como vereador e vice-governador entre 2017 e 2020.

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