Tarcísio admite erro em condução do ensino público: “Falhamos em alguma coisa”

Atualizado em 23 de outubro de 2023 às 17:13
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. Foto: reprodução

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reconheceu as falhas da gestão estadual em relação ao trágico ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, que tirou a vida da estudante Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, e deixou outras duas alunas feridas. Acompanhado pelos secretários Renato Feder (Educação) e Guilherme Derrite (Segurança), o governador lamentou a ocorrência e admitiu que a sensação é de frustração.

“A sensação que fica é de frustração. O governo falhou? Provavelmente, falhamos em alguma coisa. A gente não queria ter falhado”, reconheceu o governador. Ele também informou que as aulas na Escola Estadual de Sapopemba serão suspensas por pelo menos 10 dias.

Em entrevista à CBN, a avó de Giovanna afirmou que “nunca esperava” uma tragédia assim, “mas todo mundo já sabia que ia acontecer alguma coisa nessa escola, porque há muito tempo estão falando que tava tendo ameaça lá”. Luiza Carvalho Silva ainda questionou o governador: “Por que não fizeram as coisas antes?”

“Temos que fazer uma profunda reflexão sobre a efetividade das ações que temos tomado”, disse Tarcísio, referindo-se aos esforços do governo para reforçar a segurança e o suporte psicológico nas escolas. Ele também reiterou o compromisso de contratar serviços de vigilância privada para as escolas, além de ampliar o número de psicólogos para atender as unidades.

Cerca de um mês atrás, em setembro, o governador bolsonarista vetou um projeto aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que visava autorizar a contratação de psicólogos e assistentes sociais para as escolas públicas da rede estadual.

Giovanna Bezerra Silva, vítima da tragédia na Zona Leste de São Paulo. Foto: reprodução

Na ocasião, ele alegou que o governo já estaria contratando 550 psicólogos para as escolas paulistas. O deputado Paulo Fiorilo (PT), um dos autores, criticou o veto, alegando que Tarcísio, após oito meses de gestão, apenas iniciou a contratação de serviços de psicologia. “Contratar 550 psicólogos para dar conta de uma demanda de mais de 5.000 escolas da rede é total falta de compromisso com o tema. Nessa conta, cada psicólogo vai atender um contingente de 6.182 alunos”, disse.

A respeito do incidente, Tarcísio revelou que a vítima não tinha qualquer relação próxima com o autor do ataque, um aluno de 16 anos do 1º ano do ensino médio. A possível motivação ligada a bullying e homofobia está sendo investigada, e o governador falou da intenção de intensificar ações de combate a esses problemas nas escolas.

Segundo relatos dos alunos, os supostos autores do ataque incluem um estudante gay, que já foi detido, uma aluna lésbica e outros dois estudantes que eram considerados tímidos e excluídos. Essas características eram apontadas como motivos para o bullying que sofriam, segundo as testemunhas.

“Ele era muito zombado aqui na escola. Sofria bullying por causa de sua orientação sexual. Duas semanas atrás, ele havia alertado que cometeria este atentado. Ninguém acreditou”, afirmou uma aluna. Não há confirmação se Giovanna era uma das estudantes que frequentemente agiam contra o autor do tiro.

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