O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou em entrevista à CNN Brasil que não tem planos de retirar Guilherme Derrite do comando da Secretaria de Segurança Pública, apesar da pressão de partidos de oposição e da sociedade após episódios recentes de violência policial. “Temos ações a tomar, sem dúvida. Mas não é esse o caminho”, declarou Tarcísio.
Nos últimos dias, casos de abusos geraram ampla repercussão, como o episódio em que policiais militares jogaram um homem de uma ponte na zona sul da capital e a morte de outro homem, baleado por um policial à paisana após furtar sabão em pó.
Durante a entrevista, o governador destacou a necessidade de humildade e uma análise aprofundada para solucionar os problemas, afirmando que “não é rifa de ninguém que resolverá a situação”. Ele ainda ressaltou que “é na adversidade, temos que procurar juntar, não espalhar”.
Tarcísio também reforçou o compromisso de sua gestão com a correção de desvios e disse que os casos recentes devem servir como exemplo para a prevenção de novas ocorrências. “A reflexão é sobre como evitar. O que está sendo interpretado de forma equivocada no respaldo que se dá ao combate ao crime? Como a corregedoria está atuando?”, questionou o governador.
Ele reconheceu a necessidade de fazer “ajustes” na Polícia Militar do Estado de São Paulo após os abusos reportados recentemente, mas negou que isso represente um enfraquecimento do secretário Derrite.
Na última terça-feira (3), Tarcísio discutiu os ajustes necessários na PM em uma reunião com o comandante-geral da corporação, coronel Cássio Araújo, no Palácio dos Bandeirantes. A conversa aconteceu logo após a repercussão do caso do homem jogado de uma ponte na zona sul da cidade.
Derrite, no entanto, não esteve presente na reunião, pois estava em Brasília participando de um encontro do conselho de secretários de Segurança Pública do Brasil. A ausência gerou especulações sobre um possível enfraquecimento do secretário, o que foi prontamente negado por Tarcísio.
“Não tem enfraquecimento algum. Temos que fazer ajustes, sem sombra de dúvida. Fazer uma profunda reflexão sobre o que não está dando certo. Sobre o porquê de procedimentos operacionais padrão não estão sendo cumpridos. Mas não é rifa de ninguém que faz resolver. Nas adversidades, temos que procurar juntar. Não espalhar”, afirmou o governador ao colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.