TCU pede devolução de diárias milionárias da Lava Jato

Atualizado em 10 de novembro de 2021 às 10:43
Procuradores da Lava Jato tinham esquema de passagens e diárias
Deltan Dallagnol e Januário Paludo. Foto: Reprodução/MPF

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que procuradores da Lava Jato devolvam recursos gastos em diárias e viagens. O ministro Bruno Dantas, relator da tomada de contas especial, afirmou que houve prejuízo ao erário público e violação ao princípio de impessoalidade. Argumenta que houve modelo “benéfico e rentável” aos integrantes da força-tarefa.

Na decisão, cita “indústria de pagamento de diárias e passagens”. Também alega que o valor era pago “a certos procuradores escolhidos a dedo, o que é absolutamente incompatível com as regras que disciplinam o serviço público brasileiro”.

A apuração teve início após representação do subprocurador-geral do Ministério Público, Lucas Furtado. Parlamentares também questionavam os gastos com diárias e passagens da operação. O TCU concluiu que o modelo de funcionamento das viagens  “não representou o menor custo possível para a sociedade brasileira”. Eles não eram removidos para Curitiba e moravam na cidade, recebendo diárias e gastando em passagens todas vezes que se deslocavam para a capital paranaense.

“Resultou em interessante ‘rendimento extra’ em favor dos beneficiários, a par dos elevados valores das diárias percebidas”, diz o subprocurador-geral.

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Veja a lista dos procuradores da Lava Jato e os valores recebidos

Cinco procuradores devem ser citados pelo TCU para devolver os valores, que ultrapassam R$ 1,8 milhão. São eles:

  • Antonio Carlos Welter: R$ 506 mil em diárias e R$ 186 mil em passagens;
  • Carlos Fernando dos Santos Lima: R$ 361 mil em diárias e R$ 88 mil em passagens;
  • Diogo Castor de Mattos: R$ 387 mil em diárias;
  • Januário Paludo: R$ 391 mil em diárias e R$ 87 mil em passagens;
  • Orlando Martello Junior: R$ 461 mil em diárias e R$ 90 mil em passagens.

Rodrigo Janot, que comandava o MPF (Ministério Público Federal) à época, também será citado para devolver os recursos. Deltan Dallagnol também deve ser citado para devolver solidariamente os recursos. Ele supostamente idealizou o modelo de trabalho do grupo de procuradores.

A informação é da coluna de Mônica Bergamo na Folha.

 

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