Médico que denunciou governador do Tocantins detalha como funcionava esquema de propina na Saúde

O Fantástico entrevistou a peça fundamental na investigação que afastou o governador do Tocantins Mauro Carlesse (PSL). O médico Luciano Teixeira falou como funcionava a estrutura do governo. E também da polícia para cobrar propinas de empresários do setor de saúde.

No dia 20 de outubro, o STJ ordenou que Mauro se afastasse do cargo de governador. Isto porque está sendo investigado por uma série de crimes. Uma das acusações é sobre comandar uma organização criminosa que extorquia dinheiro de empresários do setor de saúde.

A família de Luciano é proprietária de um dos maiores hospitais de Palmas. Ele denunciou o caso para a polícia e depois relatou tudo nas redes sociais.

“Nós temos duas UTIs fechadas desde o ano passado por falta de recebimento do Plansaúde. E, enquanto isso, os pacientes do Plansaúde estão morrendo”, declarou em vídeo publicado em agosto de 2020.

O Plansaúde é de assistência médica dos servidores públicos do Tocantins. O médico relatou que Carlesse atrasava os pagamentos de propósito. “Todo esse atraso de pagamento tinha uma intenção: criar uma dificuldade para vender uma facilidade. Extorquir os hospitais e clínicas”, declarou.

A reportagem do Fantástico fez a seguinte pergunta: “Se não pagava propina, não recebia do governo?”. O médico respondeu: “Tinha que dar um cheque para eles antes, para depois receber”.

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Reportagem do Fantástico explica como funcionava o esquema no Tocantins

A Polícia Federal relatou para a reportagem que as empresas usadas no esquema emitiam notas fiscais de produtos hospitalares. Tudo com o valor da propina. Só que esses produtos não existiam. Os hospitais e clínicas extorquidos quitavam a dívida e depois a nota era cancelada.

Claudinei Aparecido Quaresemin, sobrinho do governador afastado, tinha o cargo de Secretário Especial de Parcerias e Investimentos. Ele é suspeito de ser o responsável pelas negociações da propina. Claudinei foi afastado do cargo.

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