Tortura e corpos em cruz: relatório expõe os abusos da PM-SP na Baixada Santista

Atualizado em 26 de fevereiro de 2024 às 21:04
PMs de São Paulo
Atuação de agentes da Polícia Militar recebeu críticas de órgãos de Direitos Humanos- Divulgação/SSP-SP

Um relatório detalhado de organizações de direitos humanos destacou uma série de incidentes graves durante a atual Operação Verão na Baixada Santista, incluindo execuções sumárias e tortura por parte da Polícia Militar. Baseado em investigações conduzidas após denúncias de moradores e familiares de vítimas, o documento revela um quadro alarmante de abusos de poder.

Entre os relatos mais chocantes está o caso de um jovem cuja casa foi invadida por policiais, que o teriam ameaçado e torturado colocando um saco plástico em sua cabeça. Além disso, de acordo com a Folha de S.Paulo, houve relatos de agressões físicas a testemunhas e manipulação da cena do crime para encobrir execuções.

“Após os tiros, os policiais isolaram o local e proibiram que os moradores saíssem de suas casas. Os policiais teriam tirado fotos para postagem nas redes sociais. Familiares das vítimas afirmaram que os corpos foram colocados um sobre o outro, formando uma cruz, e que os policiais dificultaram o socorro”, afirma o documento.

E continua: “Os familiares também relataram que foram impedidos de ver as marcas dos projéteis nos corpos durante a liberação para o velório e que a polícia controlou a entrega dos corpos para a cerimônia do velório. A mãe de uma das vítimas, informou que seu filho e a outra vítima estavam mortos no momento em que a polícia fez a retirada dos corpos e destacou que não houve perícia na cena do crime”.

Agentes enfileirados perto de praia
Operação visava reforçar segurança pública no litoral de SP – Marcela Pierotti/TV Tribuna

As autoridades alegam legítima defesa em muitos casos, mas familiares e testemunhas contestam essas justificativas, destacando um padrão preocupante de violência policial.

O relatório também levanta preocupações sobre o tratamento dos corpos das vítimas, com alegações de obstrução à perícia e manipulação das evidências. Essas descobertas suscitaram críticas generalizadas à conduta da Polícia Militar e levaram a pedidos de investigação independente sobre os eventos ocorridos durante a Operação Verão.

O relatório, entregue ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, destaca a necessidade urgente de uma revisão completa das táticas policiais e dos protocolos de investigação para garantir a responsabilização e prevenir futuros abusos. A situação continua sendo monitorada de perto por organizações de direitos humanos e autoridades competentes.

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