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‘Vou provar que o trabalhador vai consertar o país que a elite não consegue consertar’, diz Lula

Foto: Reprodução

Em encontro com os movimentos sociais e culturais da periferia de São Paulo neste sábado (25), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que só existe uma razão para ele voltar a ser candidato à presidência nas eleições do ano que vem: “A crença de que a gente pode recuperar o que fez para o povo e fazer muito mais”. No discurso, Lula disse que é motivado uma causa nobre: “Vou provar que o povo trabalhador vai consertar o país que a elite não consegue consertar”.

Lula criticou o desmonte de direitos que vem sendo conduzido pelo governo de Jair Bolsonaro. “O que nós vemos agora é o desmonte de coisas que criamos em 1943, como a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O governo joga o conserto da nação para cima dos pobres e diz que não pode gastar dinheiro com nada que interessa aos pobres. Mas o país não consegue se desenvolver sem antes investir em educação”, afirmou, em referência às reformas trabalhistas conduzidas pelos governos de Michel Temer e Bolsonaro.

O ex-presidente lembrou que em seu governo pagou a dívida que o país tinha com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e criou as reservas de 370 bilhões de dólares, reservas que sustentam o país até hoje impedindo de quebrar perante crises sucessivas que têm surgido.

“Temos que ter consciência da responsabilidade que nos espera na próxima eleição. Tem que votar corretamente para deputados e senadores também. A composição atual da câmara federal é a pior dos últimos 100 anos em termos de ideologia”, disse.

“2022 será um ano de uma revolução comportamental, não apenas de eleição. É preciso consertar este país, e a juventude tem que tirar o título para votar”, disse também o ex-presidente.

“Eu vou falar muito de eleição para deputado e senador, porque sem isso a gente não muda a política. Não é só votar para Presidente, tem que votar em pessoas que pensem de forma progressiva”, afirmou Lula ao lembrar que a representação dos partidos progressistas caiu na atual legislatura em relação à legislatura anterior, e que com essa mudança as forças conservadoras conquistaram maior espaço no parlamento.

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Representação no Congresso

Lula defendeu por exemplo que exista uma maioria de negros no Congresso Nacional, refletindo a composição da própria sociedade brasileira. “O Brasil feito pelo negro será melhor do que o que foi feito pelo escravista por tantos anos.”

Lula também condenou a motivação de ódio em campanhas políticas. “Não se ganha voto xingando alguém, o que nós precisamos mostrar é como votar para que a gente seja maioria. Vamos discutir isso sem brigar, para não criar medo nas pessoas”, disse Lula, destacando a importância da moderação no discurso.

Ele também destacou que a motivação de sua candidatura é colocar o pobre para subir mais um degrau na escala social do país. Defendeu que as pessoas tenham direito à dignidade com acesso a alimentação e ao consumo de bens, para que tenham liberdade de viver. “Nós não queremos a fila do osso, mas queremos a fila da picanha, é isso o que me motiva”, afirmou Lula.

Ele também disse que o Partido dos Trabalhadores não foi criado para ser igual aos outros, mas foi criado para que o povo seja o ator principal. Essa é, segundo ele, a história do mais importante partido político criado no Brasil.

Governar é cuidar do país

O ex-presidente avalia que é importante na disputa eleitoral do próximo ano não ter medo de dizer de que lado está e lembrou do episódio de 1985, quando o colégio eleitoral, pois naquele tempo não havia eleições, decidiu que o presidente do país seria Tancredo Neves, que disputou a vaga com Paulo Maluf. Lembrou que o partido chegou a expulsar os deputados que quiseram votar no colégio eleitoral. “Importante não ter medo de dizer de que lado está”, afirmou.

Lula disse que pretende governar com o sentido de cuidar do país; de cuidar do povo e que tem “tesão” para voltar a governar o país.

No discurso Lula exaltou a importância da candidatura de Fernando Haddad para o governo do Estado de São Paulo. “Porque se ele se eleger, poderemos fazer duas revoluções no país, uma parceria para consertar este país”.

Ele destacou ainda que Haddad vai concorrer ao governo estadual não para resolver as coisas com mais polícia nas ruas; mas para realizar políticas públicas num processo de inversão de valores, mas que precisa do apoio da população. E disse que só há razão do PT assumir governos no país se for para fazer mais do que já fez.

(Texto originalmente publicado em REDE BRASIL ATUAL)

Diario do Centro do Mundo

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