Considerada a maior tragédia urbana do Brasil, o desastre ambiental da mina da Braskem em Maceió (AL) escancarou o conflito nos bastidores entre a TV Gazeta de Alagoas, pertencente à família Collor, e a Globo. As duas estão envolvidas em uma disputa judicial devido ao desejo da empresa do Rio de Janeiro encerrar a parceria em 31 de dezembro. As informações são da Folha de S. Paulo.
Nos últimos dias, o canal local tem evitado mencionar o nome da empresa em suas reportagens locais e coberto o assunto de maneira discreta. Nas últimas três edições do AL2, de quarta (29) a sexta (1), o telejornal da TV Gazeta abordou o desastre apenas em três reportagens, mencionando a Braskem nominalmente apenas uma vez. A petroquímica é uma das maiores anunciantes da filial.
A Globo também se irritou com a TV Gazeta para a produção de uma reportagem no Jornal Nacional sobre a tragédia. Devido a problemas de comunicação, a equipe do JN não conseguiu produzir o material e a edição do dia não mencionou o ocorrido.
No entanto, na sexta (1), a Globo tomou medidas para abordar a situação. Com pressão da equipe jornalística e intervenção da direção de Jornalismo, a TV Gazeta concordou em produzir uma reportagem para o Jornal Nacional, assinada por Douglas França.
Ainda na sexta, repórter Camila Torres, de Recife (PE), foi enviada para cobrir o caso diretamente em Maceió. Neste sábado (2), a jornalista fez uma transmissão ao vivo na GloboNews e está preparando reportagens para os telejornais da rede. Douglas França, da TV Gazeta, continuará colaborando, tendo feito uma transmissão ao vivo no Jornal Hoje neste sábado.
O que aconteceu entre a Globo e a TV Gazeta?
Em outubro, a Globo informou à emissora de Collor que não renovaria o contrato de afiliação, que se encerra em 31 de dezembro. A TV Gazeta recorreu à Justiça para forçar a renovação, argumentando que a saída da Globo resultaria na falência da emissora.
O Ministério Público de Alagoas recomendou a renovação do contrato entre TV Gazeta e Globo por mais três anos.
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