TSE cede e Forças Armadas farão apuração paralela em amostragem de urnas

Atualizado em 11 de setembro de 2022 às 23:49
O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, em reunião com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. (Foto: Alejandro Zambrana/TSE)

Técnicos das Forças Armadas irão realizar uma apuração em tempo real paralela à do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 385 urnas nas eleições deste ano, informa reportagem da Folha de S. Paulo na noite deste domingo (11).

A medida, inédita na história democrática brasileira, consiste em levar militares em seções eleitorais espalhadas pelo país para tirar e enviar fotos do QR Code dos boletins de urna para o Comando de Defesa Cibernética do Exército, em Brasília, que fará um trabalho paralelo de contagem dos votos.

O resultado dos boletins de cada urna será conferido com os dados enviados pelos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) para o TSE, diz a Folha.

O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, teria cedido e fechado um acordo com os militares em reunião no dia 31 de agosto para liberar para eles os arquivos brutos da totalização enviados pelos tribunais regionais. Agora os militares terão acesso em tempo real aos dados enviados para a totalização, em vez de ter de coletar as informações na base de dados do TSE disponibilizada na internet.

A conferência da totalização dos votos é uma das fases da fiscalização do processo eleitoral definidas pelo TSE. Em resolução, a corte permite o envio das imagens dos boletins de urnas após a conclusão da totalização dos votos. A expectativa de militares ouvidos pela Folha é que na mesma noite em que o resultado for proclamado já haja também uma conclusão da análise das Forças Armadas.

A participação dos militares na fiscalização do processo eleitoral tem sido usada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para disseminar desconfiança nas urnas eletrônicas e contestar o resultado do pleito.

Além da apuração paralela, os militares também pretendem interferir na alteração do teste de integridade das urnas. A mudança consiste em realizar o teste, que confirma se as urnas anotam corretamente os votos, dentro das seções eleitorais. Os equipamentos seriam desbloqueados pela biometria de eleitores para, segundo os militares, reduzir a chance de um código malicioso alterar votos.

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